As publicações científicas das pesquisadoras da Universidade Estadual de Maringá colocaram a UEM em segundo lugar entre as universidades de todo o mundo em um ranking global de diversidade de gênero em pesquisa.O levantamento foi feito pelo Ranking Leiden que anualmente avalia o desempenho científico das universidades com base na bibliometria, apresentando uma variedade grande de indicadores. Em 2019, pela primeira vez, o instituto calculou a proporção de mulheres entre o número total de autores de trabalhos científicos, considerando as pesquisas publicadas no período de 2014 a 2017.Na avaliação da UEM entre os 1.288 trabalhos acadêmicos publicados, neste período, em periódicos internacionas, 54,1% eram de autoria feminina, elevando a Universidade para o segundo lugar no ranking. A primeira classificada foi a Medical University of Lublin, na Polônia com índice de 56%.
Linnyer Beatrys Ruiz Aylon (foto), professora do Departamento de Informática, acredita que há muito a ser comemorado. Ela destaca que as mulheres cientistas têm uma rotina invisível, dividindo o tempo entre os experimentos, as aulas, os cuidados com a família e outras tantos papéis sociais. Embora diga que goste de assumir todas estas funções, Linnyer concorda que fazer ciência é sempre um pouco mais complicado para as mulheres. “Por tudo isso, considero o ranking espetacular. Ele reflete bem os esforços que temos feito para nos destacarmos na ciência”.
A posição da UEM no levantamento evidentemente faz parte da comemoração da professora, embora diga que a instituição valorize a pesquisa de uma forma geral, independente de gênero. “Importante considerar que a UEM está fora dos grandes centros e neste sentido há muito mais a ser festejado”, diz.Vale destacar que Linnyer construiu uma carreira acadêmica na área da microeletrônica que, segundo ela mesma, é dominada quase que exclusivamente por homens.Neste cenário ela recebeu, em 2013, o prêmio IEEE Women in Engineering, entregue pelo Institute of Eletrical and Eletronics Engineers. A láurea foi um reconhecimento por sua contribuição na área de sistemas de computação que está inserida na intersecção da ciência da computação e da microeletrônica e pela representação das mulheres na ciência.
Espaços – O reitor da UEM, Júlio Damasceno, comentou que o Ranking Leiden prestou um grande serviço ao incorporar a métrica de gênero a um levantamento global, colocando em evidência os novos espaços que as mulheres têm ocupado na pesquisa. Ele parabeniza as cientistas da UEM que contribuíram para que a instituição se destacasse no ranking.O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Cloves Cabrera Jobim, também fala da importância da UEM estar classificada como a segunda universidade no mundo em relação ao equilíbrio de gênero em publicações de artigos científicos. “ Além da visibilidade para a Universidade em nível mundial, evidencia não só o quantitativo de mulheres atuando em pesquisas na UEM, mas especialmente as competências das nossas cientistas”, opina o pró-reitor, destacando o crescimento do número de mulheres em cursos de graduação e de pós-graduação em todas as áreas do conhecimento.
Ranking – Na última quarta-feira (29 de maio), a Revista Nature publicou uma matéria (em inglês) sobre o ranking. O texto aponta que os resultados gerais indica que as mulheres são responsáveis por cerca de 30% dos autores de trabalhos acadêmicos em todo o mundo. As universidades européias tiveram, em média, participações de autoras femininas ligeiramente superiores às universidades norte-americanas, e muitas universidades na Ásia ficaram entre as mais baixas.O ranking analisou a produção de 963 universidades em todo o mundo, tendo usado um algoritmo para atribuir gênero a nomes de autores e determinar quantos eram de homens ou mulheres.
________________________ Da página Notícias da UEM / Tereza Parizotto
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.