Argolebias adrianae, em imagem divulgada pelos pesquisadores e compartilhada pela assessoria do Conicet.
Do H2Foz / Por Guilherme Wojciechowski Cientistas da Universidade Nacional de La Plata e do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet) da Argentina publicaram, na revista internacional Canadian Journal of Zoology, estudo sobre a descoberta de uma espécie de peixe nas imediações das Cataratas do Iguaçu.
O animal, do grupo conhecido como killifish (pequenos peixes que vivem em poças de água), foi batizado de Argolebias adrianae e possui características que o distinguem de outras espécies próximas, como o Argolebias guarani, descoberto no ano passado na reserva de Puerto Península, vizinha ao Rio Paraná, em Puerto Iguazú.
O Argolebias adrianae foi encontrado em uma área úmida perto do curso inferior do Rio Iguaçu, no lado argentino, abaixo das Cataratas. O local tem características sazonais e esvazia completamente nos períodos mais secos. Os ovos da espécie, contudo, são capazes de resistir à estiagem para eclodir quando a água retorna.
“Os ovos podem ficar meses enterrados no fundo da poça, que tem argila e restos de plantas em decomposição, resistindo ao período seco”, aponta Martín M. Montes, pesquisador do Conicet, citado pela assessoria do órgão.
Área de terreno úmido onde os ovos da espécie foram encontrados, em fotografia partilhada pela assessoria do Conicet – Imagem
A pesquisa (que pode ser lida na íntegra, em inglês, clicando aqui) também teve a participação dos pesquisadores Felipe Alonso, Ignacio García e Jorge Barneche. O nome da espécie é uma homenagem à pesquisadora argentina Adriana Almirón, reconhecida por seus importantes trabalhos no estudo dos peixes.
Outra notícia relacionada ao meio ambiente no lado argentino da fronteira é a confirmação de que, após 20 anos, um exemplar da ave harpia (Harpia harpyja) voltou a ser avistado na província de Misiones, nas imediações da Reserva Yabotí.
O último avistamento, de acordo com o Instituto de Biodiversidade de Misiones, tinha sido em 2004. O trabalho que possibilitou a localização da harpia teve a participação de equipes de diversas instituições, como o Refúgio Güirá Oga, de Puerto Iguazú.
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