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Luiza Martins, da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), é uma das estudantes entrevistada no filme – Foto: Divulgação
. O cineasta e diretor argentino radicado no Brasil há mais de 30 anos Carlos Pronzato acaba de lançar o documentário “Novo Ensino Médio: um fracasso anunciado”. O filme dá voz a estudantes, lideranças estudantis, professores e pesquisadores sobre a tragédia do novo ensino médio. Traz também entrevista com o professor e pesquisador Daniel Cara, que lidera a comissão de negociação com o Ministério de Educação, e Nita Freire, viúva de Paulo Freire. .
Carlos Pronzato. cineasta de lutas sociais da América Latina – divulgação
O Novo Ensino Médio foi instituído pela lei federal 13.415 de 2017 durante o governo Temer e implementado no governo Bolsonaro, sem discussão com a sociedade. O modelo instaura uma nova organização curricular. Propagandeado como um sistema que aumenta a liberdade de escolha dos estudantes, os denominados “itinerários formativos” têm sido alvo de críticas por, na prática, fazerem justamente o contrário e impor disciplinas esdrúxulas no lugar de outras básicas.
. “Aproveitando a suspensão provisória de dois meses do Projeto da Reforma do Ensino Médio decretada pelo governo em abril, decidi ir a São Paulo – onde já tinha realizado outros dois documentários sobre o tema Educação em anos anteriores sobre as ocupações de escolas e sobre o projeto de lei Escola sem Partido – para iniciar a produção de NEM (Novo Ensino Médio), um fracasso anunciado”, expõe Pronzato. .
Ao final do filme há um belo depoimento da educadora Nita Freire sobre como Paulo Freire, seu companheiro, veria o NEM / Foto: Divulgação
. Para o cineasta, a proposta do governo atual de reformar o Ensino Médio, que surge de uma lei do governo Temer, e que começou a ser implementada no governo Bolsonaro, é letal para estudantes e professores. . “Não é possível que um governo de Frente Ampla que derrotou nas urnas um projeto ultra neoliberal admita a permanência de um projeto que destrói a já convalescente estrutura do Ensino Médio. E pior, trazendo para dentro das escolas, postulados privatistas de Fundações bilionárias como a Lemann. Tudo isso me espantou e por isso decidi abordar o tema. Facilitou o fato de já conhecer o terreno educativo de São Paulo, corpos docente e discente, pesquisadores e Sindicatos”, afirma. .
O professor e pesquisador Daniel Cara lidera a comissão de negociação com o Ministério de Educação / Foto: Divulgação
. Segundo ele, o objetivo principal foram dois: entrevistar o professor e pesquisador Daniel Cara, que lidera a comissão de negociação com o Ministério de Educação e voltar a entrevistar a Nita Freire, viúva de Paulo Freire. “Ambos objetivos foram bem sucedidos. A partir daí, desenvolvemos os principais motivos de rejeição ao NEM através de entrevistas a lideranças estudantis, sindicalistas e professores.”
. Pronzato acredita que o resultado foi positivo, com uma estrondosa recepção nas redes sociais desde sábado (20), quando foi lançado no seu canal de YouTube. “Será uma potente ferramenta para lutar contra essa Reforma. A partir desta segunda-feira (22) já começa a ser exibido em salas de aula do país inteiro.”
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