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Imagem: © Sonhos exilados/Divulgação
. Da África para o Brasil, mulheres e homens imigrantes vieram com sonhos e expectativas, mas se depararam com desilusões e xenofobia. São histórias que podem ser vistas no curta do angolano Paulo Chavonga, que traz a narrativa de vendedores imigrantes africanos nas ruas de São Paulo. .
Paulo Chavonga aborda cotidiano dos africanos no Brasil – Foto: Gabryel Sampaio
Artista nascido em Benguela (Angola), Paulo atualmente vive em São Paulo. Ele conta que em sua terra natal, o sofrimento é pela desigualdade social, não por racismo. “Viemos de um país em que a gente no máximo sofria desigualdade social, mas nunca por falta de referências, por falta de oportunidade e não essa desigualdade por conta da raça. Trouxe as histórias dessas pessoas que são muito silenciadas”. . O cineasta mostra que o racismo no país leva muitos imigrantes africanos à migração reversa, ou seja, quando os imigrantes saem do Brasil para outros países ou mesmo para retornarem à sua terra natal. . “No filme eles contam os sonhos que tinham antes de vir para o Brasil e o sonhos que eles têm já aqui, inclusive mostro também uma migração reversa, dessas pessoas que vieram para o Brasil para poder procurar melhores condições de vida, mas por conta desses estigmas, dessa violência, eles fazem o caminho de volta ou vão para outros países”, explicou. . Além dos dissabores, o filme aborda também a alegria ao viver no país e a atração dos africanos pelo Brasil. “É de fato um povo muito alegre, a cultura é muito diversa e a gente se encanta com o jeito de ser do Brasil, com essa mistura, essa alegria. Como falei do futebol, essa diversidade racial na seleção brasileira, isso nos atrai de alguma forma. E o fato também do Brasil nos oferecer um misto de experiências, isso amplia nosso campo de visão sobre o mundo quando a gente chega aqui”. . O cineasta pretende, com o filme, abrir o diálogo entre os imigrantes africanos e os brasileiros. “O filme abre porta para o diálogo e também pretende questionar o imaginário brasileiro sobre o imigrante africano e negro, porque o Brasil tem essa máscara de um país super acolhedor, mas tem questões que nos silenciam e vão consumindo a gente por dentro. Meu objetivo com o filme é abrir um diálogo e também questionar as pessoas, o imaginário brasileiro, o continente africano e negro aqui no Brasil”. . O curta foi lançado no final de junho, no Cine Olido, em São Paulo. E já pode ser assistido online. Visite o Canal Conexão Angola Brasil, do Youtube. A produção integra a exposição “Onde o arco íris se esconde”, que começa em 8 de julho, no Museu da Imigração, em São Paulo e será exibido também no local.
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. Além de cineasta, Paulo Chavonga, é poeta e artista plástico. Na exposição individual do artista, organizado pelo coletivo conexão Angola Brasil através do projeto “Histórias que pintam África Pelas Ruas de São Paulo”, mostra suas obras. .
Foto: Sonhos exilados/DivulgaçãoExposição de Paulo Chavonga Onde o arco íris se esconde – Gabryel Sampaio
. Na exposição Onde o arco íris se esconde, Chavonga faz conexões entre trajetórias de imigrantes africanos, a experiência cotidiana em outro país e o universo da representatividade artística. A exposição integra 60 pinturas, uma instalação que reproduz uma barraca de venda de tecidos da Praça da República, dois vídeos e 12 poemas, que serão apresentados escritos ou em áudios espalhados pelo Museu. No dia da estreia, os poemas serão declamados pelos poetas angolanos Ermi Pazo e Mwana N´gola. . O projeto “Histórias que pintam África Pelas Ruas de São Paulo” foca nas múltiplas relações construídas entre Angola e Brasil pelas artes.
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