Uma onça-pintada nas margens do rio Cuiabá, no Pantanal: animal está entre as espécies ameaçadas de extinção e impactadas pelos recentes incêndios no bioma. (Buda Mendes/Getty Images)
O Dia Mundial da Vida Selvagem serve para que se celebre os esforços pela preservação da fauna e da flora. Aqui mesmo na fronteira trinacional, no Parque Nacional do Iguaçu, o esforço do programa Onças do Iguaçu para proteger as onças-pintadas é digno de lembrança. Mas, mais do festejar atitudes e programas positivos, a data criada em 2013 pela Organização das Nações Unidas (ONU) é um grito de alerta. A espécie humana precisa se conscientizar sobre os perigos da exploração excessiva dos recursos naturais.
No Dia Mundial da Vida Selvagem, a ONU chama a atenção ainda para o comércio ilegal de espécies e atividades do crime organizado contra a natureza que também levam a doenças zoonóticas como ebola, Covid-19 e outras enfermidades.
Em um pronunciamento sobre o Dia Mundial da Vida Selvagem, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas – ONU, António Guterres, ressaltou que as florestas do planeta abrigam cerca de 80 por cento de todas as espécies selvagens terrestres. São elas também que ajudam a regular o clima e apoiam a subsistência de milhões de pessoas.
Uma outra preocupação da ONU é com o tráfico de madeira, causa de até 90% do desmatamento tropical em alguns países.
Para o chefe da ONU, o problema afeta também os mais pobres do mundo. Uma vez que nove em cada 10 pessoas que vivem nessas condições dependem dos recursos florestais.
Guterres diz que cerca de 28 por cento da terra de todo o mundo são geridos por comunidades indígenas, incluindo algumas das florestas mais intactas do planeta. Essas matas fornecem subsistência e identidade cultural.
A exploração desenfreada das florestas causa ainda perda de biodiversidade e alterações no clima.
Para ele, os governos devem aumentar seus compromissos de fazer mais para proteger as florestas em todo o mundo.
Pesquisa da Conferência sobre Mudança Climática, Unfccc, mostra que, sem um aumento das ambições para resolver a emergência do clima, mundo não irá atingir metas do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global em 2° C até o final do século; para o secretário-geral, 2021 é o ano “do tudo ou nada” para enfrentar o problema.
Pesquisa destaca ligações entre crises do clima, biodiversidade e poluição; secretário-geral pede ações urgentes de toda a sociedade; países gastam entre US$ 4 a 6 trilhões por ano em subsídios que prejudicam o meio ambiente.
Parece que a humanidade esqueceu o quanto precisa da natureza para sua sobrevivência e bem-estar.
Elefantes, uma das espécies animais ameaçadas de extinção – Foto: ONU
Atualmente, 25% de todas as espécies do planeta (todos os animais selvagens e tipos de plantas) corre risco de extinção nas próximas décadas. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, lembra que a data está alinhada com os ODSs 1, 12, 14 e 15.
A meta é abranger todas as espécies de animais e plantas selvagens como um componente da biodiversidade assim como os meios de subsistência das pessoas, especialmente as que vivem mais próximas da natureza. Cerca de 28 por cento das florestas existentes no planeta estão sob a guarda de comunidades de povos originários. E, estes, ameaçados tanto quanto elas.
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