Precisava de um tempo que não mais guardasse azuis Um profundo tudo que engolisse seco a bobina do tempo E ousasse gritar com seu pesar o seu amargo sabor Virando a giros o pêndulo da razão.Encostado na esquina de uma zona suburbana Girando o pêndulo para que não perdesse a hora A hora é agora, não sou mais um Nem sou único Sou um único a mais no meio da multidão.Resgato a tempo o que sobrou ali A tempo de que o pendulo não varra a dose de solidão que restou Será o tempo digno de mais um verso prosador? Será eu o seu humilde ingênuo contador?O assombro do não saber e de não sentir o pulsar de um segundo Sei que passa em minha frente um caminhante perdido De olhos inseguros e fronte pesarosa.Escoa na razão aquelas últimas gotas das chuvas caudalosas do tempo. Saber que não sou o único, Nem sou mais um no meio da multidão.O grito do pavor e o hediondo crime do tempo contra a razão Que de tanto girar sentiu-se vazio. “era melhor se fosse um tempo linear”…Engulo seco o sentido das palavras. É tudo profundo, eco sonoro de solidão. Repito no verso um tempo digno de poeta. No mais, nada.
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.