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Estudantes no sul da Tailândia, cuja língua materna é pattani-malaio, mostram seus livros de leitura favoritos – Foto: © Unicef/Arun Roisri
O Dia Internacional da Língua Materna é celebrado neste 21 de fevereiro para promover a diversidade linguística e cultural, e o multilinguismo.
Seminário e Exposição online, na América: . Seminário Internacional sobre as normas jurídicas em favor da Língua Materna é o nome do evento online, promovido a partir da Bolívia e que contou com a participação de estudiosos de países americanos. O Seminário foi desenvolvido no dia 20 e contou com os seguintes expositores: Dr. Mario Ramão – Brasil, Tata Jhonny Coa Huanca – Bolívia. Dr. Florentino Viscarra Pinto – Peru, Mestre Domingo Meneses Mendez – México, Dr. Miguel Angel Verón Gomez – Paraguai e Dra. Maria Agustina Morando – Argentina. . Outra iniciativa importante é a versão virtual da mostra Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação. A exposição presencial está montada no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A mostra, que reúne material audiovisual com sons e grafia de línguas indígenas do Brasil, ganhou uma versão virtual que estreou dia 23 janeiro. Leia mais, aqui. .
. O tema do Dia Internacional da Língua Materna este ano é “Ensino multilíngue, uma necessidade para transformar a educação”. A agência estima que haja mais de 6 mil línguas no mundo, a maior parte delas é de línguas indígenas.
Segundo o Instituto Internacional de Língua Portuguesa, Iilp, somente no universo dos países lusófonos, existem mais de 330 línguas.
A ONU News conversou com a escritora brasileira Andrea Del Fuego. De São Paulo, ela ressaltou a importância deste dia e da língua materna para o desenvolvimento. .
Quando a gente fala esse termo na língua materna já até dizendo ali tanta coisa. A primeira voz, a primeira fala, as letras. Enfim, essa coisa de você pensar, sonhar e vivenciar sempre esse mesmo lugar é uma espécie de espaço habitado. E eu nunca morei fora dessa casinha, da minha língua materna porque, embora meus livros tenham sido traduzidos para outras línguas, eu nunca morei fora do país, por exemplo. Então, eu leio em algumas línguas, no espanhol, arranho um pouco o inglês e o francês. Mas a vivência da língua como vivente de outro lugar, tendo essa estrada dupla, digamos assim, eu nunca vivenciei. Então eu digo que eu tenho a língua materna como a minha única casa”.
. Segundo as Nações Unidas, a educação multilíngue vem crescendo, conforme também aumenta a compreensão de sua importância, especialmente na educação infantil.
. O tema do dia internacional está alinhado com as recomendações feitas durante a Cúpula Transformando a Educação, que aconteceu na sede da ONU, em setembro passado. Ali foi dado ênfase à educação e às línguas dos povos indígenas.
De acordo com as Nações Unidas, a educação multilíngue baseada na língua materna facilita o acesso e a inclusão na aprendizagem de grupos populacionais que falam línguas não dominantes, línguas de grupos minoritários e línguas indígenas.
O Dia Internacional da Língua Materna reconhece que as línguas e o multilinguismo podem promover a inclusão, e o foco dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em não deixar ninguém para trás. .
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, incentiva e promove a educação multilíngue baseada na língua materna ou primeira língua.
A ideia é que a educação comece no idioma que o aluno mais domina e depois gradualmente, sejam introduzidas outras línguas.
Segundo a Unesco, essa abordagem permite que os alunos cuja língua materna é diferente da língua de instrução façam a ponte entre a casa e a escola, descubram o ambiente escolar em uma língua familiar e, assim, aprendam melhor. .
Magdalena com sua família na comunidade indígena de Tarauparu, no Brasil. Peritos pediram as autoridades que disseminem informação correta, de confiança e rápida em linguagem acessível – Foto: © Acnur/Viktor Pesenti
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