Guarani. Esta será a primeira língua de origem indígena em que a “turma da Mafalda” se expressará. Isso, 50 anos depois de ser criada por Quino, cartunista argentino. Manoelito, Susanita, Felipe, Libertad, Guille e, claro, a protagonista Mafalda, estarão em uma dezena de livretos que fazem parte de um projeto que pretende lançar o primeiro da coleção no mês de junho, em Assunção. A tradução das aventuras de Mafalda para o guarani se deve a um convênio entre Edicciones de La Flor, representando Quino, a editora paraguaia Servilibro e o Ministério de Relações Exteriores da Argentina através do “Programa Sur”, que estimula versões da obra de autores argentinos em outras línguas, além do espanhol. Os livretos, conforme o acordo, serão comercializados a 30 mil guaranies (em um câmbio aproximado, algo em torno de 17 reais). As tramas impregnadas de ironia e questionamentos morais, sempre apoiadas no universo da infância de Mafalda, serão traduzidas por María Gloria Pereira de Jaquet. Segundo ela, que é integrante da Academia de Língua Guarani, o projeto pretende se utilizar e valorizar a língua em uma versão mais funcional. Ainda que em determinados momentos possa fazer pequenos “empréstimos” do espanhol, é ideia manter a riqueza e a sutileza do guarani e suas possibilidades infinitas para o sentido do humor e a picardia. Jaquet comentou em entrevista recente, que “o pior que se poderia fazer era por a Mafalda em um guarani que não se entenda”. A tradutora defende que a versão em guarani das historietas de Quino de forma coloquial servirão para fortalecer a língua de origem indígena principalmente no Paraguai, onde é oficial junto como o espanhol.
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