Foto: divulgação / Itaipu
Desde a infância, os homens são educados como sendo o “sexo forte”. Ao longo da vida, no entanto, este conceito vai se mostrando equivocado. Homens morrem mais cedo que mulheres, por exemplo. “Quem é o sexo forte?”, questionou o médico e comunicador Dráuzio Varella em sua palestra “Saúde Integral do Homem”, proferida para cerca de 800 pessoas, no dia 13, no Hotel Carimã, em Foz do Iguaçu (PR).
O evento marcou o encerramento das atividades do Outubro Rosa e do Novembro Azul, que unificam as campanhas internacionais de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama, o Outubro Rosa, e de conscientização sobre o câncer de próstata e da saúde masculina, o Novembro Azul. As ações são promovidas pelo Comitê de Gênero, Raça, Diversidade e Inclusão da Itaipu Binacional.
A recepção do público foi feita pelo diretor administrativo da Itaipu, Iggor Gomes Rocha, que explicou a importância da ação voltada para toda a comunidade. “A Itaipu foi construída por pessoas, por isso nossas ações socioambientais são voltadas para elas. Toda a comunidade foi convidada para debater um tema tão importante, que é a saúde, em uma palestra ministrada por um médico que é o sinônimo da medicina no Brasil”, afirmou.
Para Dráuzio Varella, a realização do evento mostra a preocupação de Itaipu em retribuir à sociedade tudo que recebeu. “Itaipu é uma das maiores empresas brasileiras, é uma das mais conhecidas no Brasil. Se perguntar de Norte a Sul, todo mundo sabe o que é Itaipu. E a empresa tem uma participação muito grande na região, é uma forma de recompensar tudo de bom que a região trouxe para ela”, considerou.
Segundo Victoria Pedro Correa, integrante do Comitê de Gênero, Raça, Diversidade e Inclusão da Itaipu, Dráuzio Varella foi escolhido para encerrar a programação do Outubro Rosa e Novembro Azul por ser um nome de credibilidade em todo o País. “Ele é um profissional que vem discutindo a saúde há muitos anos e chama a atenção dos homens empregados da Itaipu e da comunidade em geral a se conscientizarem e cuidarem da saúde” explicou.
Dráuzio Varella comparou a vida do homem e da mulher, desmistificando a ideia do “sexo forte” e do “sexo frágil”. “A mulher pega apenas uma célula do homem e, em nove meses, constrói uma vida”, ilustrou. Segundo ele, em todas as etapas da vida, a mulher se mostra biologicamente mais forte, com menos predisposição a doenças. “O câncer de próstata atinge muito mais os homens do que o câncer de mama atinge as mulheres, mas nós vemos as mulheres se cuidando muito mais que os homens.”
Varella: “Nossa saúde é fundamental, só temos um corpo, não tem como trocar. Temos que cuidar dele” – Foto: divulgação / Itaipu
Ele também mostrou como a evolução da tecnologia, do fax ao smartphone, aumentou nossa carga de trabalho e piorou nossos hábitos. Segundo o Organização Mundial da Saúde (OMS), o sedentarismo vai matar tanto quando o tabagismo no século 21. “Estou convencido que as pessoas não cometem grandes besteiras, dirigir a 180 km/h na estrada, por exemplo. O problema é o dia a dia, ficar sentado o tempo todo, comer aquela sobremesa todos os dias. É isso que faz mal”, explicou.
Há 30 anos, ele conheceu um paciente que, todos os dias, subia várias vezes os dez andares de seu prédio pelas escadas. Desde então, o médico faz o mesmo exercício: de 7 a 10 vezes por dia sobe os 16 andares do prédio onde mora e desce de elevador. Há décadas, ele também tem o costume de correr. Já participou de várias maratonas, não pela prova em si, mas pelo preparo que precisa ter antes da corrida. “Eu me levanto e já coloco o tênis e a bermuda, não deixo para decidir se vou correr ou não na cama, faço isso no banheiro. E acabo saindo para o exercício”, contou.
Segundo o médico, doenças como depressão e ansiedade já viraram epidemias e é preciso levar esse tema a sério, cuidando da saúde física e emocional. Mas os homens não têm o costume de procurar ajuda por pensarem que doença mental é “coisa de mulher”. “Nossa saúde é fundamental, só temos um corpo, não tem como trocar. Temos que cuidar dele”, concluiu.
Dráuzio Varella é médico oncologista, formado pela Universidade de São Paulo (USP). Deu aulas em várias faculdades do Brasil e em instituições do exterior, como o Memorial Hospital de Nova York, a Cleveland Clinic (EUA), o Instituto Karolinska de Estocolmo, a Universidade de Hiroshima e o National Cancer Institute, de Tóquio. No Brasil, foi um dos pioneiros no tratamento da Aids, especialmente do sarcoma de Kaposi. É autor de mais de 20 livros, como o “Estação Carandiru”, vencedor do Prêmio Jabuti e adaptado para filme.
Atualmente, o Dr. Drauzio Varella dirige no Rio Negro um projeto de bioprospecção de plantas brasileiras com o intuito de obter extratos para testá-los experimentalmente em células tumorais malignas e bactérias resistentes aos antibióticos. Idealizou e dirige o site www.drauziovarella.com.br, que prioriza a divulgação de informações e orientações médicas ao público leigo em linguagem simples e objetiva.
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