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A Itaú Cultural Play – plataforma de streaming focada no cinema e no audiovisual brasileiro – estreia uma mostra com longas-metragens premiados em edições do festival É tudo verdade para você maratonar. Ao todo são cinco filmes disponíveis, estreias de cada um de seus respectivos diretores.
Selecionados em parceria da plataforma com o projeto É Tudo Verdade / It’s All True, esses filmes ganharam o prêmio de Melhor Documentário de Longa Metragem – nos anos em que concorreram – e marcaram a estreia de grandes cineastas no universo dos longas do audiovisual brasileiro.
O É tudo verdade – um dos maiores eventos da América Latina dedicados a documentários – é um parceiro da Itaú Cultural Play, disponibilizando títulos anualmente durante o período de exibição do festival, além da tradicional Conferência internacional de documentário. Desde abril de 2022, a plataforma também abriga uma seleção de curtas-metragens vencedores do festival.
Aboio (2005) Direção: Marília Rocha
Nas regiões da Caatinga no Brasil, vaqueiros guiam a boiada em um canto tradicional cada vez mais raro: o aboio. Suas vozes atravessam os caminhos semiáridos, entoando sobre o tempo e sobre as vidas que habitam a paisagem sertaneja. Com histórico de exibição no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), nos Estados Unidos, o longa foi eleito o melhor filme de 2005 no festival É tudo verdade. A obra experimenta com maestria a construção da imagem, potencializando a paisagem, a terra e a luz do sertão, tão protagonistas quanto os próprios vaqueiros.
Cidadão Boilesen (2009) Direção: Chaim Litewski
Durante o período mais truculento da ditadura militar no Brasil, o empresário dinamarquês Henning Boilesen atua como um dos financiadores da repressão à luta armada e da tortura de presos políticos. Sua história traz à tona a relação entre o empresariado brasileiro e os militares no poder. O filme apresenta uma contundente narrativa sobre moral e memória, e foi premiado na edição de 2009 do É tudo verdade.
Cidadão Boilesen (imagem: divulgação)
Elevado 3.5 (2007) Direção: Maíra Santi Bühler, Paulo Pastoren e João Sodré
. Premiado na edição de 2007, Elevado 3.5 é resultado de um olhar sensível dos diretores. O filme evoca com delicadeza as micronarrativas que atravessam temas complexos da cidade. Os 3,5 quilômetros de extensão da via expressa conhecida como Minhocão, em São Paulo, guardam casas, lojas, habitantes, passantes e memórias de um tempo que precede sua construção, durante a ditadura militar. A partir de seus personagens, o filme percorre e converge paisagens possíveis de um elevado encrustado no centro da capital paulista.
Elevado 3.5 (imagem: divulgação)
. Geraldo Filme – crioulo cantando samba era coisa feia (1998) Direção: Carlos Cortez
. Mais do que traçar um perfil sobre Geraldo Filme, o longa faz um percurso sobre a história do samba e da cultura negra em São Paulo, dos antigos cordões carnavalescos até as atuais escolas de samba. Grandes personalidades tocam, cantam e compartilham suas vivências com Geraldo, compositor pioneiro do samba. A obra conta com a participação de Raquel Trindade, Itamar Assumpção, Demônios da Garoa e membros de celebradas escolas de samba, como a Vai-Vai. Em 1998, além do prêmio do É tudo verdade, recebeu o Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado. .
Geraldo Filme – divulgação
O prisioneiro da grade de ferro: autorretratos (2003) Direção: Paulo Sacramento
Considerado um dos mais importantes documentários pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) – e reconhecido pelos principais festivais nacionais e internacionais, inclusive o É tudo verdade em 2003 –, o longa debate a realidade do sistema penitenciário do país. Portando câmeras de mão, detentos documentaram seu cotidiano e elaboraram narrativas sobre si e sobre o mundo de dentro da gigantesca Casa de Detenção do Carandiru. As filmagens aconteceram entre o traumático massacre e a desativação definitiva do complexo prisional. .
O prisioneiro da grade de ferro (imagem: divulgação)
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