“Maru voando”, desenho de João Fellipe da Silva Diniz, da aldeia Puri da Mantiqueira.
Como será que as crianças e adolescentes que pertencem a povos originários estão observando o céu neste período de pandemia? Essa pergunta dá vida a nova exposição virtual “Os Céus dos Povos Originários”, que está aberta ao público no site do MAST desde 22 de janeiro. Para conferir a exposição, clique aqui.
Fruto de uma parceria entre o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e o Museu do Índio (MI), da Fundação Nacional do Índio (Funai), a mostra combina saberes tradicionais, observação astronômicas, arte e, claro, o universo lúdico e criativo das crianças. A exposição reúne um total de 30 imagens de desenhos e pinturas feitas por crianças e adolescentes entre 5 a 15 anos, integrantes de doze povos indígenas. Com muitas cores e formas, os desenhos expressam a forma como essas crianças e adolescentes percebem o céu e os seus elementos mais marcantes.
A maioria das participantes desta exposição mora em terras indígenas, onde estão localizadas aldeias cujos próprios nomes, em geral, representam conexão com a natureza. As mensagens enviadas pelas crianças e adolescentes desta mostra em seus desenhos reafirmam a importância da unidade entre terra e céu, natureza, animais e pessoas, e suas relações com as realidades e narrativas. Ao olhar as imagens, percebemos que, para essas crianças, todos os elementos que permeiam o mundo estão relacionados: sem terras, não há céus. E, para que esses mundos coloridos e diversos continuem existindo, é fundamental que esses povos sejam reconhecidos e tenham seus direitos respeitados.
A maioria dos participantes da exposição mora em terras indígenas, onde estão localizadas aldeias cujos próprios nomes, em geral, representam conexão com a natureza. Estão representados na mostra trabalhos de indígenas que residem em nove estados brasileiros: Fulni-ô (Pernambuco), Guarani-Mbya (São Paulo), Guarani-Nhandeva (Rio de Janeiro), Guarani-Kaiowá (Mato Grosso do Sul), Puri da Mantiqueira (Rio de Janeiro), Manoki e Timbira (Mato Grosso), Tingui-Botó (Alagoas), Tupiniquim (Espírito Santo), Tabajara e Tapuio-Itamaraty (Piauí), Kariri (São Paulo e Ceará) e Pitaguary (Ceará).
Os curadores da mostra – Victória Flório Pires de Andrade (coordenação) Alanna Dahan Martins, Kamylla Passos e Priscila Faulhaber (do MAST) e Alexander Noronha de Albuquerque, Bruna Cerqueira Sigmaringa Seixas, Carolina das Neves Francisco Lopez e Francisco Gomes Gonçalves (do MI) – pretendem, no futuro, ampliá-la com a colaboração de outros povos originários, sobretudo os que, por motivos diversos, não puderam estar presentes neste momento, a exemplo daqueles que habitam as regiões Norte e Sul.
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