“Eu Posso Contar nos Meus Dedos”, curta incluído na Mostra dos Bairros – Imagem: divulgação 3 Margens
De 15 a 20 de novembro, 43 filmes de curta e longa metragem serão exibidos durante o 3 Margens Festival Latino de Cinema, com entrada gratuita, nas cidades de Foz do Iguaçu, CDE e Puerto Iguazú. Com foco nas produções audiovisuais da América Latina e Caribe, esta sexta edição do festival recebeu 827 inscrições de filmes, que passaram por uma avaliação, realizada pela comissão de seleção do festival, formada por cinco profissionais do audiovisual, com experiência em trabalho de curadoria.
São 39 curtas e quatro longas metragens, selecionados depois de três meses de trabalho de curadoria. Dos curtas-metragens, 17 participarão das duas mostras competitivas: a Afluentes, que apresentará curtas de realizadores latino americanos e caribenhos, e a Entre Rios, mostra regional de curtas-metragens de realizadores que residem no estado do Paraná, estados do Norte da Argentina e Alto Paraná, no território do Paraguai. As duas estarão no Cine Cataratas, Shopping JL, em Foz do Iguaçu.
“O foco do festival é trazer produções contemporâneas, de 2023 e 2024, porém que ainda não estão nas salas de cinema. Nosso objetivo é atrair o público em geral para que despertem maior interesse em conhecer audiovisuais da nossa região.”, explica Maurício Ferreira, Diretor artístico do 3 Margens.
O 3 Margens teve sua primeira edição em 2017 na cidade de Foz do Iguaçu (Paraná) e tem caráter internacional, estendendo atividades para Puerto Iguazú (Argentina) e Ciudad del Este (Paraguai).
Neste ano, serão exibidos dois filmes de abertura: Zafari, da diretora Marisa Rondon, uma das principais cineastas da Venezuela. É uma coprodução entre parceiros do Peru, Brasil, México, França, Chile, República Dominicana e Venezuela. O filme, que já foi apresentado em outros festivais como o San Sebastian (Espanha), fala sobre o hipopótamo Zafari, recém-chegado em um pequeno zoológico de Caracas, o que gera uma série de contradições. A chegada do animal é comemorada por uma família, que da janela vê o hipopótamo se alimentando, enquanto luta para conseguir comida para o próprio sustento.
Além do longa, será exibido o curta-metragem A Menina e o Pote, de Valentina Homem e Tati Bond. Nele, em um mundo distópico, uma menina quebra o seu pote, objeto que guarda um segredo em seu interior. A quebra do pote abre portais para universos paralelos e a menina adentra um tempo de transformação em que a criação de um novo mundo é finalmente possível.
“Esse curta escolhido para a abertura dialoga muito com a temática desta edição do festival, pois fala da linguagem indígena, da relação dos homens e a natureza, em uma perspectiva de gênero. E Zafari é um filme com uma linguagem autoral, ao mesmo tempo que traz uma reflexão sobre a temática sul-americana. É uma metáfora de questões sociais muito presentes na nossa região, apresentado de forma humorada”, diz Maurício Ferreira.
Outra novidade trazida para Foz do Iguaçu será o filme Carteira Assinada, com direção de Pietro Picolomini, longa ainda não exibido em nenhum festival. Em uma fila com milhares de pessoas procurando emprego, personagens compartilham suas histórias de vida, tendo suas carteiras de trabalho como lembranças de conquistas, rancores, alegrias, decepções e sonhos.
O quarto longa-metragem a ser exibido é Baby, do diretor Marcelo Caetano, escolhido para participar da 63ª Semana da Crítica do Festival de Cannes 2024 (França). Baby é um recém-libertado de um centro de detenção para jovens, que se vê perdido nas ruas de São Paulo. Ele conhece Ronaldo, um garoto de programa que tem Baby como seu protegido e está determinado a ensinar as malícias da vida e novas formas de sobreviver.
Para o fechamento do festival, 20 de Novembro (Dia da Consciência Negra), será exibido Ilha de Açúcar, da diretora dominicana Johanné Gómez Terrero, rodado na Espanha e República Dominicana. O filme fala sobre uma garota grávida em uma comunidade dominicano-haitiana de trabalhadores de plantações de cana-de-açúcar. A mecanização da indústria açucareira ameaça deslocá-los sem compensação financeira, mas a família resiste à mudança. A garota se reúne com os amigos e eles relembram as revoltas negras na ilha e recuperam conhecimentos ancestrais que formam um manifesto antirracista e decolonial. A película foi exibida na Jornada dos Autores do Festival de Veneza, no qual ganhou três prêmios. A diretora estará no 3 Margens para conversar sobre a produção.
A programação completa, com os 39 curta-metragens selecionados, pode ser vista no site do festival: https://festival3margens.com e no perfil @3margensfestival , no Instagram.
Além dos filmes que passarão nas mostras principais, o festival promove o Cine Bairro, uma ação de formação de público com filmes de curtas-metragens e longas-metragens direcionados a toda família, que será realizado no Teatro Barracão (dia 14 de novembro, às 19h).
Ainda haverá duas mostras paralelas, a Venas Abiertas e Panorama Latino, com filmes em longa-metragem convidados. Também haverá mostra universitária, realizada por estudantes, a Mostrinha, composta de filmes de curtas-metragens destinados ao público infantojuvenil, e a mostra Arder, com filmes de realizadores e temáticas LGBTQIAPN+, convidada a integrar o evento.
O festival é produzido pela Três Margens Produções Cinematográficas e coproduzido pela Itaipu Parquetec e Instituto Cultural Três Fronteiras. A Três Margens está em atividade desde 2014, tendo origem no movimento cinematográfico incorporado à cidade com o primeiro curso de Cinema da Universidade Federal Latino-Americana (Unila) e hoje é o único grande festival de cinema da região com temáticas e interesse na produção e integração latina. O projeto foi aprovado pela Secretaria do Estado da Cultura – Governo do Paraná, Pela Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, com Recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura – Governo Federal.
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