. Após dois anos de edições exclusivamente virtuais, em decorrência das restrições impostas pela pandemia, o festival de documentários É Tudo Verdade retorna às salas de cinema em sua 27ª edição, que vai até 10 de abril próximo. Porém, paralelamente às exibições presenciais agendadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, a mostra não abandona por completo o ambiente online e assume o formato híbrido.
Neste ano, serão exibidas 77 produções, entre longas, médias e curtas, de 34 países, todas inéditas no Brasil. Além disso, o evento terá debates, conferências, masterclasses, entre outras atividades. Toda a programação é gratuita e pode ser acompanhada pela plataformas É Tudo Verdade Play, Itaú Cultural Play e Sesc Digital.
Programação completa e mais informações no site do festival.
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Debate – A mostra competitiva de longas nacionais reúne sete produções que serão exibidas presencialmente e na plataforma É Tudo Verdade Play, no mesmo dia da sessão em cinemas, às 21h, com reprise no dia seguinte, às 13h. Depois de cada exibição, as equipes dos filmes participam de um debate, às 15h, transmitido pelo canal do É Tudo Verdade no YouTube.
Entre os destaques da mostra competitiva de longas brasileiros estão “Belchior – Apenas um coração selvagem” (2022), de Camilo Cavalcanti e Natália Dias, sobre o poeta, cantor e compositor cearense, que será exibido nesta quinta (7); e “Pele” (2021), de Marcos Pimentel, que mostra grafites, pichações, símbolos indecifráveis, palavras de ordem e declarações de amor em paredes de centros urbanos.
Completam a mostra os filmes “Adeus, capitão” (2022), de Vincent Carelli e Tita; “Eneida” (2021), de Heloisa Passos; e “Rubens Gerchman: O rei do mau gosto” (2022), de Pedro Rossi.
‘Belchior: Apenas um coração selvagem’, cinebiografia do cantor cearense assinada por Camilo Cavalcanti e Natália Dias, está na competitiva de longas brasileiros – foto: Divulgação
Competição – Já a mostra competitiva de longas e médias metragens internacionais é composta por 12 títulos que também serão disponibilizados por meio da plataforma É Tudo Verdade Play. Entre os destaques estão o britânico “Assassinos sem punição” (2021), de David Nicholas Wilkinson, e o canadense “Batata” (2021), de Noura Kevorkian.
Na abertura, o festival exibiu dois filmes do diretor britânico Mark Cousins, conhecido pela série documental “A história do cinema: Uma odisseia”. Em São Paulo, na quinta (31/3), a sessão inaugural foi com o filme “A história do olhar” (2021), que ficou disponível virtualmente por 24 horas. Já no Rio, a sessão de estreia foi na sexta (1º/4), com o longa “A história do cinema: Uma nova geração”.
Além das exibições competitivas, o festival realiza uma série de mostras paralelas, como a Clássicos É Tudo Verdade, com títulos de consagrados cineastas, como o polonês Dziga Vertov (1896-1954), o estadunidense Orson Welles (1915-1985) e o brasileiro Eduardo Escorel.
Homenagem – A personalidade de cinema homenageada nesta 27ª edição é a paulistana Ana Carolina. Fazem parte da programação dedicada à cineasta os curtas “Lavra dor” (1968) – com roteiro dela e direção de Paulo Rufino –, “Indústria” (1969) e “Anatomia do espectador” (1979), além do longa “Getúlio Vargas” (1974).
A programação inclui ainda a 19ª Conferência Internacional do Documentário, que discute o patrimônio do cinema documental. Ao todo, serão quatro debates exibidos virtualmente, realizados em 6 e 7 de abril, contemplando temas como os 80 anos da filmagem no Brasil do título inacabado de Orson Welles “It’s all true”, e os 40 anos das gravações de “Chico Antônio, o herói com caráter” (1983).
“O Território”, coprodução de Brasil, Dinamarca e EUA, encerra o Festival no domingo (10) – Foto: divulgação
Atualidade – Para encerrar o festival está programada uma sessão, em 10 de abril, do filme “O território”, (2022), do estadunidense Alex Prix, coproduzido entre Brasil, Dinamarca e Estados Unidos. Premiado no Festival de Sundance, o filme acompanha um jovem líder indígena brasileiro que luta contra fazendeiros que ocupam uma área protegida da floresta amazônica.
Ao todo, a curadoria do festival assistiu a cerca de 2 mil produções do mundo inteiro para selecionar aqueles que fariam parte da programação. Entre os temas abordados pelos filmes em exibição está “a crise da democracia, a emergência climática planetária e a luta por uma maior representação de negros, mulheres e da comunidade LGBTQ+”.
Assim como em edições anteriores, o É Tudo Verdade reflete questões que estão nos noticiários, como por exemplo a guerra entre Rússia e Ucrânia. O filme “Navalny” (2022), do canadense Daniel Roher, mostra como um dos líderes da oposição russa ao regime de Vladimir Putin sobreviveu a uma tentativa de assasinato por envenenamento em 2020.
Já o curta-metragem alemão “Manual” (2021), de Pavel Mozhar, aborda os numerosos protestos marcados pela brutalidade policial que irromperam na Bielorrússia após as últimas eleições presidenciais.
Entre os brasileiros, o curta “A ordem reina” (2022), de Fernanda Pessoa, trata de experiências revolucionárias do século 20 pelas quais sete países diferentes passaram e é narrada por uma voz feminina que recita o último texto da filósofa polonesa Rosa Luxemburgo (1871-1919).
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