O festival contará com Atividades Formativas e uma Mostra de Filmes abrangendo obras audiovisuais de estudantes do ensino formal e não formal do Brasil e de outros países.
Durante os três dias de programação serão oferecidas palestras, mesas de debates com cineastas, professores(as) pesquisadores(as) e especialistas convidados(as), simpósio, oficinas gratuitas (vagas limitadas) e sessões com exibição de filmes.
O Festival pretende ser um espaço fecundo de intercâmbio de ideias de vivências a partir de experiências de projetos audiovisuais educativos, exibições de filmes e participação de profissionais e docentes que compartilham de ações do cinema e da educação.
Anabel é uma adolescente. Em seu primeiro dia na escola nova ela enfrenta situações de bullying. Para piorar, uma criatura misteriosa que parece ser vista apenas por ela perturba ainda mais o seu dia escolar.
O enredo é do filme “De quem são os olhos”, uma das duas obras produzidas por estudantes de escolas públicas do Paraná que foram selecionadas para a mostra do 1º Festival Internacional de Cinema e Educação (EducAção).
“De quem são os olhos” tem duração de 14 minutos e será exibido no primeiro dia do festival (dia 20). A sessão está marcada para iniciar às 14h15, na Cinemateca de Curitiba.
Com imagens em preto e branco e técnicas do cinema mudo, suspense e drama, a obra é uma homenagem ao expressionismo alemão, movimento cinematográfico que teve seu auge nos anos de 1920 e estabeleceu bases para gêneros do cinema moderno. Confira abaixo a versão enviada para o Festival.
“De quem são os olhos” é resultado de uma atividade extracurricular de alunos(as) do 8º e 9º ano da disciplina de Artes do Colégio Estadual Professora Maria Gai Grendel, localizado no Caximba, bairro da periferia de Curitiba.
Registro dos estudantes ensaiando para gravar o filme – Foto: Divulgação
Segundo o professor da disciplina de Arte e responsável pelo trabalho, Willian Wilson Bedim, “o objetivo era dar aos alunos uma experiência real e a criação de algo concreto, que saísse das plataformas que têm inundado as funções dos professores e alunos”, e provocar a reflexão sobre o tema.
“A temática do filme veio do desejo dos alunos de produzir um filme de terror. Quando disse que faríamos o filme usando a escola como cenário, numa discussão conjunta chegamos à conclusão de que um dos “monstros” para um aluno é o bullying”, explica.
O audiovisual envolveu 21 estudantes que experimentaram todas as etapas de uma produção do cinema profissional, como roteiro, direção, câmera, cenário e edição. O trabalho também contou com o apoio de funcionários(as), da direção e da equipe pedagógica da escola.
“Utilizamos recursos principalmente trazidos ou produzidos por eles (estudantes) como ring light, câmera de celular, tecidos para a fantasia, as máscaras dos monstros. O que foi mais difícil foi o tempo para produção do filme, pois para conseguir produzi-lo foram necessários vários alunos de turmas diferentes e de horários em que eu não estivesse em aula para orientar”, relata o professor.
Para o docente, além do feito inédito de ter a obra selecionada para um festival internacional, outro ponto a ser destacado é que a proposta permitiu aos(às) alunos(as) refletirem como surgem situações onde ocorrem o bullying e como a vítima pode se sentir com relação a esse tipo de violência.
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