Da Janela do Metrô Quatro paisagens vistas por dois cegos.No mormaço de Abril,a luz apagou de manhã cedo.O vento gira a popaPatetas os poetas urraram de alegria.A vista, desfocada avistaEle não imaginava quem era nem para que servia seus joelhos. No muro que corre contra o tremDos farelos caiu um pão…Batatas apodreceram no armário,no verde que voa entre os prédios.Os pés grudaram na lagoa, com mãos que tocam canela.Centavos não salvam vidas. Quando de repente uma chuva de balas rosa nos banha.As cores não filosofam sobre o certo e o errado. Logo vem o arco-íris com o tesouro das cerejas.
…
Olhos claros no escuro.Que as ovelhas soltem os pastores, com as pernas cansadas dos cantos dos jornais.Sem-vergonha serelepe sensual, com o frio de 38 graus seguimos a suarAbracei junto e pensei só.Com seus ajustados sapatos de cristais, sujos de sangue, desembarquei do outro lado do espelho
…O verde mofa, o amarelo seca, na delicadeza de uma aquarela. Ansioso esperei a primeira dança de abril. A vitória está doente.De corrosão se abriram os grilhões.Na incansável sonolência, eu ser mais cinza despercebido estaria.No não ser gênero embola a bola, não espere que o vento sopre na mesma direção.
(Fim da Linha)
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