Faz 30 anos que o Brasil perdeu Henrique de Souza Filho, o Henfil. O humorista nasceu em fevereiro de 1944, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e faleceu em janeiro de 1988, no Rio de Janeiro, vítima do HIV contraído em uma das transfusões de sangue que precisava fazer, por ser hemofílico. Seus irmãos, o sociólogo Hebert de Souza (Betinho) e o músico Chico Mário, comungaram o mesmo destino. Quem acompanhou de perto sua trajetória conta como essas três inteligências velozmente se expandiam, desde a infância, impulsionadas pela urgência de viver e gerar vida, como quem sente seu tempo (e seu sangue) escorrer sem cessar. Henfil, em particular, cedo escolheu fazer desenhos, mas depois confessou predileção pelos filmes, pois “o cinema não coagula”. Quem pode negar que havia movimento no que desenhava? E ele muito desenhou nos curtos 25 anos de uma carreira misturada com a resistência à censura, à tortura, à ditadura. Começou no ano do golpe militar e não teve tempo de ver o desfecho da Constituinte e as eleições de 89, embora fosse o criador da palavra de ordem “Diretas já”, que agitou o país em 1984.
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