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Todo final de semana morre um novo homem na fronteira. Atenção! não se confunda, É um novo homem,
Não o novo homem.Sabemos que olhando parece o mesmo!
Neste, foi o Joel, Mas já foi o Célio, o Woshington, o Tito, o Jonas… E o Dalton,
Eles parecem todos iguais
Moram amontoados,
E são muitos.
Estes,
Foram empurrados da 4ª. série,
E chegando na 5ª. não entendiam grego! Abandonaram a escola,
Todos eles,
Parece até graça!
Tinham como hábito, em lindos dias de solFazer a cabeça.
O hábito do lazer não lhes foi ensinado.Não assistiam filme dublado.
Gostavam de música alta. E achavam que lavar louça não era coisa de homem!
Não sabiam jogar jogos de tabuleiros, Dariam qualquer coisa para serem ricos,
Ricos, como um fim em si!Gostavam de desenhos animados,Falavam um dialeto,
Eram super vaidosos.
Sonhavam com um pai idealizado: Se contentariam se tivessem um normal.
Dos que tinham mãe,
Todas eram Marias. Mão de obra barata,
Horas e horas de dedicação à patroa. Tão humanas e cheias de defeitos, Condenadas por seus filhos: Por não tê-los feito nascer com status de gente.
Das mães, só a dor. Já que não entendem mesmo – que mundo é esse? E do mundo só uma ordem: Se ‘conforme’ com o lugar oferecido pra você,
Neste tal país ‘em desenvolvimento’. Na fronteira, Todo final de semana morre um ‘não conformado’.
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