Entre os mais ricos, todos são empresários e homens, afirma relatório da Oxfam. Para a organização internacional, o nível de desigualdade “ameaça fraturar nossa sociedade”.
VEJA NESTA ANIMAÇÃO, ENTENDA MELHOR O ESTÁGIO DE CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZAS DO PLANETA:
“A desigualdade está prendendo centenas de milhões de pessoas na pobreza; está fraturando nossas sociedades e minando a democracia”, afirmou. Byanyima acrescentou ainda que ao tempo que muitos salários se encontram estagnados, as remunerações dos presidentes e altos diretores de grandes empresas têm disparado. “Os investimentos em saúde e educação são cortados, enquanto as corporações e os super-ricos reduzem ao mínimo sua contribuição fiscal”. De acordo com a organização, o ritmo no qual os mais ricos acumulam cada vez mais riqueza poderia dar lugar ao primeiro “trilionário” do mundo em apenas 25 anos. “Com essa concentração de riqueza, esta pessoa necessitaria esbanjar um milhão de dólares por dia durante 2.738 anos para gastar toda sua fortuna”, segundo a Oxfam. [box] NO BRASIL – As seis pessoas mais ricas do Brasil possuem uma riqueza equivalente ao patrimônio de 100 milhões de brasileiros com menos recursos, metade da população do país, segundo um relatório divulgado na segunda-feira pela organização Oxfam. “O Brasil permanece com um dos piores países do mundo em matéria de desigualdade de rendimento e tem mais de 16 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza”, indicou o estudo “A distância que nos une”, elaborado pela organização não governamental Oxfam Brasil. A ONG alertou que a tendência é “ainda mais preocupante” porque, segundo as projeções do Banco Mundial, o Brasil poderá ter mais 3,6 milhões de pobres até ao final deste ano. A Oxfam indicou como fatores das enormes diferenças no país “o sistema tributário regressivo que pesa fortemente sobre a classe média e mais pobre”, a “discriminação” por raça e gênero e a “falta de espírito democrático do sistema político, que concentra o poder e é altamente propenso à corrupção”.(dw)[/box] Desigualdade crescente Entre 1988 e 2011, a renda dos 10% mais pobres da população mundial aumentou em média US$ 3 por ano, enquanto a do 1% mais rico cresceu 182 vezes mais, a um ritmo de US$ 11.800 por ano. As mulheres sofrem maiores níveis de discriminação no trabalho e assumem a maior parte das funções não remuneradas. Segundo a Oxfam, no ritmo atual, levará 170 anos para se conseguir a igualdade salarial entre homens e mulheres. A organização propõe que os governos aumentem os impostos tanto das grandes fortunas como das rendas mais altas; que cooperem para garantir que os trabalhadores recebam salários dignos e que freiem a evasão e as artimanhas fiscais para reduzir ao mínimo o imposto de sociedades. Além disso, recomenda que os governos apoiem as empresas que operam em benefício de seus trabalhadores e da sociedade e não só no interesse dos acionistas; e que assegurem que as economias sirvam de maneira equitativa a mulheres e homens. ____________________________ DW
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