. Temperaturas altas, mudanças no ciclo de chuva e a incidência de secas, resultantes do processo de mudança climática, propiciam a expansão de doenças transmitidas por mosquitos como Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Com as mudanças climáticas se tornando cada vez mais um tema presente nas atuais discussões, relacionar com o seu impacto na saúde da população que mais sofre com os seus efeitos se faz extremamente necessário. Para fornecer subsídios a esse debate, o InfoDengue, sistema de monitoramento de arboviroses desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lançou um e-book gratuito sobre relação entre a dengue e as mudanças climáticas em territórios periféricos.
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E-book mostra o ciclo da contaminação da doença – Foto: reprodução do e-book FioCruz
. As análises do InfoDengue reforçam o relatório Contagem regressiva sobre a saúde e as mudanças climáticas, publicado na revista The Lancet, que destaca que o aquecimento global promove a expansão dos mosquitos responsáveis pela transmissão da dengue, oferecendo um ambiente quente e de chuvas, propício à reprodução dos insetos e dos vírus. O documento, feito em parceria com 35 instituições, entre elas a Organização Mundial da Saúde (OMS), revela que a pluviosidade aumenta a quantidade de criadouros aptos para o desenvolvimento das larvas dos mosquitos e gera condições ambientais apropriadas para o alastramento dos insetos já adultos, assim como acelera a transmissão do vírus entre mosquitos e humanos.
. Segundo dados do segundo volume do Sexto Relatório de Avaliação do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (ONU), em todo o mundo, habitantes das regiões vulneráveis morreram 15 vezes mais por secas, enchentes e tempestades do que aqueles que vivem em áreas seguras.
Aedes Aegypti – Foto: reprodução do e-book FioCruz
InfoDengue
. Atualmente, o sistema InfoDengue monitora dados de dengue, zika e chikungunya em todo o país de forma integrada analisando dados epidemiológicos de notificação, dados climáticos e dados de menção às doenças nas redes sociais realizando uma correção de atraso das notificações dos dados para agilizar a tomada de decisão. Boletins são enviados semanalmente para as secretarias de saúde com as informações.
Aplicativo InfoDengue
. Com o objetivo de otimizar o tempo dos usuários do sistema de monitoramento online de arboviroses InfoDengue, o coordenador do projeto e pesquisador/professor da Escola de Matemática Aplicada da FGV, Flávio Coelho desenvolveu o primeiro aplicativo para celulares Android e IOS do InfoDengue ao identificar o aumento do acesso mobile ao site. A partir do aplicativo, é possível buscar a situação das arboviroses na região de interesse.
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