“Iracema: Uma Transa Amazônica”, filme considerado como obra-prima do cinema nacional, completou 50 anos no início de 2025. Remasterizado, ganhou inclusive exibição especial no Festival de Berlim deste ano. “Iracema”, de 1974, dirigido por Jorge Bodanzky e Orlando Senna, tem um formato híbrido, misturando ficção com documentário ao retratar o impacto social da criação da estrada Transamazônica, inaugurada em 1972, com 4,2 km de extensão. Paulo César Pereio, protagonista, faz um caminhoneiro confiante nas melhorias que a nova estrada vai gerar.
“Iracema” utiliza o estilo road-movie e aborda assuntos que assombram a região, como queimadas, desmatamento, grilagem de terras e prostituição infantil. A criação cinematográfica de Bodanzky e Senna questiona o chamado “milagre econômico” do regime. Consequentemente, foi censurada pela ditadura militar.
Assim, o destino de “Iracema, Uma Transa Amazônica” foi percorrer um circuito de exibições em países da Europa, que começou pela tv alemã. Finalmente, estreou de forma oficial no Brasil em 1981, já no crepúsculo do regime autoritário. Antes disso, o filme só foi visto por brasileiros em sessões semiclandestinas em poucas cidades do País.
Filmagens de “Iracema: uma transa amazônica” – Foto: divulgação
A trama se passa na década de 1970, em Belém do Pará. Um astuto e inescrupuloso caminhoneiro, Tião Brasil Grande (Paulo César Pereio) conhece Iracema (vivida por Edna de Cássia, que nunca havia tido experiência com atuação), uma adolescente ribeirinha que só quer curtir a vida. Juntos, eles embarcam em uma viagem de caminhão e percorrem parte da região amazônica, então zona de segurança nacional sob estrito controle militar. Eles interagem com os habitantes locais e se envolvem com outras pessoas ao longo do caminho.
A cópia remasterizada do filme “Iracema: Uma Transa Amazônica” tem sido programada para exibições especiais em projetos de divulgação do Cinema Brasileiro.
No Youtube, é possível encontrar e acessar cópias da edição original. Classificação etária sugerida é de 16 anos.
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