Para celebrar a importância do Dia Nacional de Luta dos Povos Originários, celebrado no último dia 7 de fevereiro, a plataforma Itaú Cultural Play disponibilizou cinco produções de seu catálogo dirigidas por cineastas indígenas. 

Com mais de 500 títulos disponíveis de todas as regiões do Brasil, gratuitamente, a plataforma voltada com exclusividade para o audiovisual brasileiro, pode ser acessada pelo site www.itauculturalplay.com.br ou pelo App nos dispositivos móveis Android e IOS. Cadastre-se e veja gratuitamente agora mesmo!

Incrementando as produções audiovisuais de realizadores indígenas no catálogo da plataforma, a mostra Filmoteca Indígena reúne cinco filmes que mostram a cultura, os costumes e os desafios de povos originários. A seleção reúne filmes de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Sul. 

Waiá Rini – Formado em cinema pelo Vídeo nas Aldeias, Divino Tserewahú tornou-se uma referência do audiovisual de autoria indígena. É dele Waiá rini, o poder do sonho, documentário pernambucano que realizou em 2011.  

A partir do diálogo com seu pai, um dos líderes do Wai’ái, ele revela os segredos desse rito desconhecido, que inicia os jovens na vida espiritual. Trata-se de uma iniciação secreta, essencialmente masculina, na qual os garotos passam por provações e perigos.

Bicicletas de Nhanderú – Com direção de Patrícia Ferreira Mbya e Ariel Duarte Ortega, Bicicletas de Nhanderú (2011) traz o cotidiano e a espiritualidade do povo da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul. Realizado pelo Coletivo Mbyá Guarani de Cinema e produzido pelo Vídeo nas Aldeias, o documentário coloca em debate, a partir de dois meninos, os efeitos do contato com a cultura dos não-indígenas.  

O filme mostra, sob o olhar dos Mbya-Guarani, que a queda de um raio significa que Tupã enviou uma mensagem de Nhanderú, descontente com as atitudes dos habitantes da aldeia. Por isso, todos precisam rever seus conceitos.  

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“Nũhũ Yãgmu Yõg Hãm”, documentário produzido em Minas Gerais – Foto: reprodução

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Nũhũ Yãgmu Yõg Hãm – Essa terra é nossa! Produção de Minas Gerais, Nũhũ Yãgmu Yõg Hãm – Essa terra é nossa! (2020) reuniu quatro diretores: Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero. Eles mostram nesse documentário a ação devastadora do homem branco sobre os indígenas, desde a chegada dos portugueses até os dias de hoje. Tikmũ’ũn, personagem da história, fala sobre a colonização e a violência dos não-indígenas contra seu povo e a floresta, de acordo com sua visão. 

Mãtãnãg, a encantada  – Já o curta-metragem de animação mineiro Mãtãnãg, a encantada (2019), de Shawara Maxakali e Charles Bicalho, contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2017-2018, é baseado na mitologia Maxakali. A indígena Mãtãnãg seguiu o espírito do marido, que faleceu por uma picada de cobra, até a aldeia dos mortos. Apesar de ultrapassarem juntos os obstáculos entre os mundos dos vivos e dos mortos a alma de Mãtãnãg precisa voltar para o plano terreno.

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Ava Yvy Vera – a Terra do Povo do Raio é um dos longas da mostra (Foto: Divulgação)

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Ava Yvy Vera – a Terra do Povo do Raio – Para concluir a lista, o documentário Ava Yvy Vera – a Terra do Povo do Raio (2016) capta o cotidiano e a visão de mundo dopovos Guarani Kaiowá. A história tem como ponto de partida a narrativa de um indígena dessa etnia, que fala sobre as constantes ameaças que seu povo sofreu de pistoleiros da região, cercada por pés de soja que se perdem no horizonte.  

Com o objetivo de produzir um filme que vai muito além do estudo antropológico e da relação intrínseca entre os indígenas e os seus territórios, a produção foi realizada por um coletivo composto por lideranças e jovens da Tekoha Guaiviry, território retomado do povo Kaiowa, no Mato Grosso do Sul. São eles: Genito Gomes, John Nara Gomes, Johnathan Gomes, Dulcídio Gomes, Joilson Brites, Sara Brites, Valmir Gonçalves Cabreira e Edna Ximenez.

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Serviço:

Mostra Filmoteca Indígena  

Em www.itauculturalplay.com.br  

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Wai’á Rini, o poder do sonho (2001) – De Divino Tserewahú – Duração: 48 minutos – Classificação indicativa: ALivre

Bicicletas de Nhanderú (2011)   – De Patrícia Ferreira Mbya e Ariel Duarte Ortega  – Duração: 45 minutos  – Classificação indicativa: A12 anos (violência, drogas lícitas e conteúdo sexual)

Ava Yvy Vera – a Terra do Povo do Raio (2016) – De Genito Gomes, John Nara Gomes, Johnathan Gomes, Dulcídio Gomes, Joilson Brites, Sara Brites, Valmir Gonçalves Cabreira, Edna Ximenez  – Duração: 52 min – Classificação indicativa: A-Livre

Mãtãnãg, a encantada (2019)  – De Shawara Maxakali e Charles Bicalho  – Duração: 14 minutos  – Classificação indicativa: A10 anos (drogas ilícitas, violência e nudez) 

Nũhũ Yãgmu Yõg Hãm – Essa terra é nossa! (2020)  – De Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero  – Duração: 70 minutos  – Classificação indicativa: A10 anos (angústia e violência)