Livro quer contribuir para “apagar a cor da solidão”, cita o autor – foto: Juliana Poly/divulgação
De H2Foz / Por Paulo Bogler A partir da premissa de que não basta não ser racista, é preciso ser antirracista, o professor Jester Furtado escolheu a palavra como elemento de conscientização. Docente da rede estadual, ele é autor do livro “Joaquim, Negra Sim!”, que será lançado neste sábado, 9, na Feira do Livro de Foz do Iguaçu.
O evento com apresentação da obra e debate estará aberto ao público, com entrada gratuita. E acontecerá neste simbólico novembro, mês que alude à luta de Zumbi dos Palmares contra a escravidão e à Consciência Negra – inclusive, com o primeiro feriado nacional, dia 20.
O livro do professor Jester Furtado é voltado ao público infantojuvenil. Retrata o jovem Joaquim em sua primeira paixão na escola pela colega Ayana, e com ela o primeiro conflito com as questões raciais, dentro da própria casa.
O personagem, pois, enfrenta o racismo estrutural, profundamente imbricado na sociedade brasileira, que se manifesta de diferentes formas, incluindo práticas sutis e até mesmo negações da sua incidência. Mas o homem negro, sem rodeios, vai ao ponto: “É necessário reescrever a história do povo preto”, enfatiza o escritor, arte-educador e diretor teatral.
Jester mergulhou em referências negras. Gosta de recorrer a Nelson Mandela, uma das vozes contra o apartheid na África do Sul. “Se podemos aprender a odiar, podemos aprender a amar”, reproduz o educador paranaense. Para ele, preconceitos, assim como valores, são ensinados às pessoas: há que se desensinar. No livro, o jovem garoto se depara com o racismo que impõe padrões e contribui para a solidão da mulher negra. “Joaquim chama atenção para o inimigo invisível, discreto e naturalizado dentro dos lares”, explica Jester Furtado, ao reforçar o convite para a comunidade de Foz do Iguaçu participar do evento.
“Joaquim, Negra Sim”, obra literária voltada ao público infantojuvenil, de forma suave, traz, por meio das primeiras experiências do jovem Joaquim, o relacionamento afro centrado e as implicações do racismo estrutural. Não pretende definir uma cor do amor, mas sim contribuir para apagar a cor da solidão, ressalta o autor.
Autor: Jester Furtado Ilustradora: Hannah Abranches Projeto gráfico: Guto Stresser Editora: Editora.cão Público: infantojuvenil Produção: Débora Olescki
Projeto realizado com incentivo do programa estadual de fomento à cultura/Profice, com captação da Sauí Responsabilidade Social. O projeto recebeu apoio da Copel.
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.