Imagem: captura de tela
Arremesso de lança, arco e flecha e jogo da onça foram algumas das 12 modalidades disputadas na 5ª edição dos Jogos Indígenas da comunidade Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná. As atividades foram realizadas de 20 a 22 de setembro e mobilizaram as quase 200 famílias que vivem no local.
Neste ano, a novidade foi que as disputas ocorreram fora das dependências do Colégio Indígena Teko Ñemoingo, onde estuda a maioria dos jovens. “Os Jogos são uma forma de fortalecer as nossas tradições, costumes e a nossa cultura. E como trabalhamos com educação, o envolvimento da família é fundamental”, disse a diretora da escola, Marli Takua Poty Ju Alves.
A pedagoga Rafaela Lago Mondardo explicou que uma das estratégias para chamar a atenção da comunidade foi promover rodas de conversa com alunos, professores, anciões, as pessoas mais velhas da aldeia. Dos encontros, saíram algumas modalidades disputadas durante os Jogos.
Um exemplo é o jogo da onça, jogo de tabuleiro com pedras no lugar das peças. “O jogo da onça é da tradição guarani e foi redescoberto através de pesquisas. Era um jogo utilizado em dias de chuva, então as famílias usavam dentro de suas casas, riscando o tabuleiro no chão”, sublinhou.
As outras modalidades disputadas nos Jogos foram a corrida m’bopa, cabo de força, corrida de saco, pescaria, canoagem, corrida de carrinho e futebol, nas categorias infantil, juvenil e adulto.
Mesmo atividades tradicionais, como o arco e flecha e o estilingue, precisam de atenção para não desaparecer. O morador Francisco Vogado, de 31 anos, lembra que na época de seus avós esses apetrechos eram usados para a caça. “Na minha época ainda tinha, mas não como antigamente. A ideia agora é resgatar esses jogos para que as crianças não se esqueçam.”
Os Jogos Indígenas contaram com o apoio da Itaipu Binacional. O gestor dos Programas de Sustentabilidade Indígena da Binacional, Paulo Porto, destacou que eventos como os Jogos Indígenas têm duplo significado: dentro das aldeias, fortalece as tradições guaranis e a identidade de grupo; para fora, aumenta a visibilidade dessas comunidades.
“Desta forma, acaba também colaborando na luta contra o preconceito contra os povos tradicionais, não somente aqui próximo de Foz do Iguaçu e São Miguel [do Iguaçu], mas em todo o Oeste do Paraná”, frisou.
Imagem: Captura de tela
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