La Garganta del Diablo, Yriapú en "La Tierra Sin Males", conto de Karoso Zuetta

Inspirado em lendas M’Bya Guarani. Texto original em espanhol e versão em português. Tradução de Carmen Luzia Alpendre dos Santos para edição na revista Escrita da Guatá.

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“Garganta do Diabo”, nas Cataratas do Iguaçu – Foto: divulgação

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Fatigado por la ardua tarea de esparcir maldades, Añá detuvo su trajinar de milenios en la desembocadura del río Iguazú.

La siesta americana calcinaba duendes remolones cuando el diablo recostó su osamenta ígnea sobre el cauce del Aguas Grandes.

El río, con maternal gesto, extendió una húmeda sábana sobre ese cuerpo envuelto en llamas y Añá, ingratamente desaprensivo, cayó en la autotentación de beberse toda el agua cristalina: Abrió su bocaza volcánica y el Iguazú, violentamente defraudado, despeñó en ella su furia líquida. Desde las fauces del mismo infierno, telúricos rugidos sísmicos sacudieron la tierra anunciando que el agua vencía al fuego una vez más.

Repentinamente endurecido, como lava bruscamente enfriada, el cuerpo de Añá quedó aprisionado para siempre entre los barrancos y desde la Garganta del Diablo, en un sostenido Yriapú disfónico, el río retorna como espuma y niebla.

Es por esto que los Mbya-Guaraníes reconocieron en esta parte del mundo “La Tierra Sin Mal” o Yvymaraey que buscaban en su peregrinar planetario. (FIN)

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Glosario

Yriapú: Rugido del agua

Añá: Deidad que representa el mal entre los Guaraníes.

Iguazú: Trad. del guar. : “Aguas Grandes”.

Garganta del Diablo: Nombre de la principal caída de aguas de las Cataratas del Iguazú.

Yvymaraey: (Del guarani) Yvy: Tierra; mara: mal, mancha; ey: sin: “La tierra sin mal”.

Mbya: “La Gente”, etnia Guaraní que habita el actual territorio de Misiones.

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Conto “A Garganta do Diabo: O rugido da água na Terra sem Mal” (tradução livre)

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Cansado pela árdua tarefa de espalhar maldades, Añá deteve seu caminhar de milênios na desembocadura do rio Iguaçu.
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A sesta americana calcinava duendes preguiçosos, quando o diabo recostou sua ossada em fogo sobre o leito do Águas Grandes.
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O rio, com gesto maternal, estendeu um úmido lençol sobre esse corpo envolto em chamas e Añá, ingratamente inescrupuloso, caiu na auto tentação de beber toda a água cristalina: abriu sua bocarra vulcânica e o Iguaçu, violentamente defraudado, despejou nela sua fúria líquida.
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Das goelas do mesmo inferno, telúricos rugidos sísmicos sacudiram a terra anunciando que a água vencia o fogo mais uma vez.
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Repentinamente endurecido, como lava bruscamente esfriada, o corpo de Añá ficou aprisionado para sempre entre os barrancos e, da Garganta do Diabo, em um sustenido Yriapú disfônico, o rio retorna como espuma e neblina.
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É por isto que os Mbya-Guaraníes reconheceram nesta parte do mundo ” A Terra Sem Mal” ou Yvymaraey que buscavam em seu peregrinar pela terra. (FIM)

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Glossário:

Yriapú: Rugido da água.

Añá: divindade que representa o mal entre os Guaranis.

Iguazú : Águas Grandes.

Garganta do Diabo: Nome da principal queda d’água das Cataratas do Iguaçu.

Ivymaraey: (Composição do guarani) – Yy: Terra; mara: mal, mancha; ey: sem. “A terra sem mal” . Lugar perfeito, paraíso terreno, na cultura Guarani.

Mbya: “A gente” etnia guarani que habita o atual território de Missiones

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(*) Karoso Zuetta é argentino, músico, pesquisador da vivência M’bya guarani. Mora em Posadas, Missiones. Zuetta é membro do Conselho Argentino de Música da Unesco.
(**) Tradução para o português: Carmen Luzia Alpendre dos Santos. Carmen é professora de língua espanhola em Florianópolis, SC.