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Exposição “Sonhei em português!”, com a participação de mulheres imigrantes, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo – Foto: © Rovena Rosa/Agência Brasil
O Instituto Camões informou ontem (5), Dia Mundial da Língua Portuguesa, que 260 milhões de pessoas (3,7% da população mundial) falam o idioma, o quarto mais usado, depois do mandarim, inlês e espanhol. As Nações Unidas estimam que até o fim deste século haverá 500 milhões de falantes da língua portuguesa.
O português é a língua oficial de nove países-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e de Macau.
A terceira edição do Dia Internacional da Língua Portuguesa foi marcada por 139 ações em 52 países, com Angola e o Brasil a assumirem os principais destaques. Boa parte das iniciativas organizada em cooperação com os países da CPLP.
A data, instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em novembro de 2019, é comemorada este ano de forma mais organizada, já que as edições anteriores foram limitadas pelas restrições impostas pela pandemia de covid-19.
Um dos momentos mais importantes dos festejos se dá em Paris, com a série de homenagens ao centenário de escritores lusófonos. São nomes como o angolano Agostinho Neto, o novelista brasileiro Lima Barreto, o moçambicano José Caveirinha e o português José Saramago.
Além de Angola, que assume a presidência rotativa da CPLP e organiza, entre outros eventos, um festival em Luanda com o nome da comunidade lusófona, Moçambique e Cabo Verde destacam-se na África como países com maior número de atividades.
Segundo Isa Grispum, da direção do Museu da Língua Portuguesa, desde sua abertura em 2006, a instituição promove um formato inédito e exclusivo, e faz um convite a todos os falantes para refletirem sobre o idioma.
“Todos nós, que somos falantes e autores dessa língua, não estamos habituados a pensar e refletir sobre ela. E a ideia de fazer um museu sobre esse assunto, em pleno coração de São Paulo, num lugar com tanta gente, tão diferenciada que passa por ali, para pensar sobre a língua portuguesa, sobre a riqueza dela, sobre sua história, sobre a diversidade enorme. O português é um, mas são muitos também”
De acordo com a curadora, o Museu recebeu mais de 4 milhões de visitantes em sua primeira década de existência e aborda, nas exposições permanentes, a multiplicação e as mutações do idioma.
No Brasil, ela explica que a língua evoluiu a partir de outros idiomas, como indígenas e africanos, e absorveu ainda outras centenas que chegaram pelos fluxos imigratórios no país.
Por isso, uma das estrelas do Museu é uma área onde o visitante é convidado para uma viagem pelos estados brasileiros para reconhecer sotaques e regionalismos.
Isa Grinspum destacou ainda as diversas criações musicais e literárias produzidas em língua portuguesa, que viajam o mundo todo e são traduzidas em outros idiomas.
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