Está disponível para download gratuito o livro “Ensino antirracista na Educação Básica: da formação de professores às práticas escolares“, organizado por Thiago Henrique Mota, professor de História da África na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais.
A obra é dividida em três partes. Na primeira, traz propostas metodológicas para a formação inicial e continuada de professores. Na segunda, atividades para a educação básica, no trabalho com os estudantes em diferentes disciplinas. Por último, um diagnóstico do cotidiano e das práticas de educação das relações étnico-raciais em escolas públicas de Ensino Fundamental II em Viçosa.
“O fundamental é que os conteúdos são metodológicos, porque são diferentes professores relatando experiências já realizadas na prática, e que podem ser adaptadas para outros contextos”, afirma o educador e organizador do livro.
Um dos trabalhos pedagógicos relatados é o da professora de Ensino Médio Taciana Garrido de Resende, que abordou o tema da Guerra Fria pela perspectiva dos outros países envolvidos nessa disputa para além dos Estados Unidos e da União Soviética.
“Ela traz uma forma de analisar a Guerra Fria que inclui outros sujeitos que participaram ativamente desse processo, e pensar dessa maneira ajuda a entender a forma como o mundo se organiza hoje. Metodologicamente, é interessante porque ela trabalha com documentação”, comenta Thiago.
Como próximo passo, os professores envolvidos na publicação do livro vão buscar outros educadores que tenham realizado as práticas relatadas para saber o que deu certo ou não, de forma a subsidiar a formação inicial dos professores na universidade.
“A Educação Básica e o Ensino Superior precisam dialogar para atender ao desafio de formar as pessoas para as relações étnico-raciais, já que essa é uma demanda que partiu da sociedade, sobretudo dos movimentos negros organizados, e encontra resistências na academia. Então a universidade tem que produzir conhecimentos e formar professores para combater o racismo em todas as suas instâncias e dimensões, sobretudo no sistema escolar, onde é especialmente difícil por causa da pedagogia do silêncio e da cultura de ensinar sobre bullying e não sobre racismo”, afirma o professor.
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