O Movimento Indígena no Brasil: da tutela ao protagonismo (1974-1988)” é o novo título lançado pela Editora da UNILA (EDUNILA). O livro pode ser baixado gratuitamente no site da Universidade: .
Organizado pelos pesquisadores da temática indígena Clovis Antonio Brighenti, professor de História na UNILA, e Egon Dionisio Heck, membro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o livro reúne 13 artigos que lançam luz sobre um período particular da historiografia indigenista brasileira, localizado entre o início dos anos 1970 e a promulgação da Constituição Federal de 1988.
O livro, dividido em três partes, analisa como os indígenas no Brasil superaram as noções de tutela estatal e integração e abriram caminho para o reconhecimento de sua organização social, suas línguas, seus costumes, crenças e tradições. A obra também trata do apoio da sociedade brasileira organizada para a conquista dos direitos indígenas previstos na Constituição.
A primeira parte – “Assembleias indígenas: rompimento com as causas da violência e criação de redes solidárias” – é dedicada ao movimento indígena, às assembleias e aos encontros realizados nos anos 1970 e que reuniram grupos historicamente rivais dispostos a desafiar um inimigo comum, o Estado brasileiro. Um dos artigos é escrito por Nailton, do Povo Pataxó da Bahia, protagonista desse processo. Outro artigo é de autoria de Egydio Schwade, que faz um testemunho de práticas e pedagogias que revolucionaram o indigenismo brasileiro.
A parte dois da obra – “As assembleias se fizeram ações práticas: a terra como principal objetivo dos povos indígenas” – é dedicada às narrativas das ações do movimento indígena de Norte a Sul do Brasil, especialmente sobre a reconquista das terras que haviam sido tomadas e que eram o assunto prioritário das assembleias indígenas.
Na terceira e última parte – “Estado, política e legislação” – os organizadores reuniram artigos dedicados a analisar alguns temas centrais do período, como a repressão a indígenas e seus apoiadores, o projeto de Emancipação do Índio de 1978 e a participação indígena no processo Constituinte (1987-1988).
Para os organizadores, os textos podem contribuir “para a elucidação de um período (14 anos) histórico fundamental para o Brasil para os povos indígenas e para a literatura indigenista”, uma vez que “narram as primeiras lutas unificadas dos povos indígenas no Brasil no século XX para a conquista das terras, dos direitos, contra a tutela, pela autonomia e autodeterminação”.
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