Autoria desconhecida. Chegada da Procissão em homenagem ao 4º centenário da Descoberta do Brasil na atual Praça Ouvidor Pardinho, no ano de 1900 – Foto: Divulgação MUPA
Obra póstuma, o livro “Mobilização negra em Curitiba: a formação de redes de solidariedade e a luta por direitos (1888-1910)”, reúne parte da tese de doutoramento de Pamela Fabris apresentada no exame de qualificação na Universidade Federal do Paraná (UFPR), sob supervisão da professora Joseli Mendonça. A pesquisa não pôde ser concluída em razão da precoce partida da pesquisadora em 2021.
Os leitores encontrarão um levantamento inédito de fontes históricas diversas sobre organizações negras curitibanas logo após a abolição da escravatura. A partir das fontes, Pamela Fabris reconstitui histórias de sobrevivência e mobilização política da população negra na cidade. O livro, publicado pela Editorial Casa, pode ser adquirido pelo link oficial da editora. Clique, aqui.
A obra se propõe a realizar um estudo histórico acerca das alternativas de sobrevivência, sociabilidade e solidariedade da população negra de Curitiba, no contexto do imediato pós-abolição (1888⎯1910). A autora acompanha trajetórias, associações e outras organizações coletivas surgidas nesse contexto, seguindo a hipótese da importância de tais espaços nos anseios por cidadania e pertencimento.
Pamela Fabris era mestre do Programa de Pós-Graduação em História pela Universidade Federal do Paraná, especialista em História Contemporânea e Relações Internacionais pela PUC-PR (2012) e graduada em História pela Universidade Federal do Paraná (2009). Durante sua trajetória acadêmica, dedicou-se especialmente a pesquisar na área de conflitos étnicos, sociabilidades e identidades.
A solicitação da família e amigos de Pamela para que o lançamento fosse realizado no Museu Paranaense se dá em razão da parceria realizada com o Núcleo de História, na tentativa de biografar sujeitos do pós-abolição a partir do acervo do Museu. O bairro Alto São Francisco, onde o MUPA está sediado, tem ainda uma representatividade histórica para as lutas empreendidas pelos sujeitos contemplados em seu trabalho.
A programação de lançamento do livro contou com uma roda de conversa com Noemi Santos da Silva, Joseli Maria Nunes Mendonça e Felipe Vilas Bôas sobre a trajetória acadêmica da autora e o conteúdo do livro.
Noemi Santos da Silva é doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas e desde 2023 é professora no Instituto Federal do Paraná em Paranaguá. Desenvolve pesquisa sobre História Social da Educação relacionados a populações livres, libertas e escravizadas entre os séculos XIX e XX.
Joseli Maria Nunes Mendonça é doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas e desde 2008 é professora de História na Universidade Federal do Paraná. Dedica-se a pesquisas relativas à História Social do Trabalho, com ênfase em imigração, escravidão, trabalho compulsório, experiências raciais no Pós-Abolição e relações entre História, Direito e Justiça, Ensino de História e História Pública.
Felipe Vilas Bôas é coordenador do Núcleo de História do Museu Paranaense, atuando com pesquisa, gestão e curadoria científica. Dedica-se aos estudos relativos à construção e execução de projetos coloniais no século XIX e ao trânsito de agentes históricos no Atlântico Sul.
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