Dois acontecimentos levaram a Unesco a declarar o 23 de abril o Dia Mundial do Livro. Nessa data, nasceu o escritor e dramaturgo William Shakespeare, em 1564. Ele morreu nesse mesmo dia, em 1616, assim como Miguel de Cervantes, quem inaugurou o romance moderno. São dois grandes nomes que representam as letras e o gênio criativo humano. Datas assim são feitas para comemorar e para difundir as referências que elas carregam e evidenciam, no caso, a importância do livro, da literatura e da leitura. Na realidade brasileira, o Dia Mundial do Livro deve provocar reflexões sobre o panorama que envolve o consumo de livro e o hábito da leitura entre a população. Metade da população brasileira é considerada não leitora, diz a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, em 2016. Conforme o instituto, 44% dos entrevistados não leram nem mesmo parte de livros nos três meses antes da consulta. O país ocupa o 59° lugar no exame de leitura feito pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Se o fator econômico provoca diferenças de acesso às condições materiais e objetivas de vida entre as pessoas, também cria profundas desigualdades culturais. De acordo com o Pró-livro, entre os 56% de brasileiros que são leitores, 76% pertencem classe A, ou seja, integram os extratos sociais mais ricos e possuem condições econômicas favoráveis.
Shakespeare e Cervantes: coincidência de datas, obras igualmente valiosas. (Imagens: reprodução, google)
___________________________________ Guatá/Paulo Bogler
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