Espetáculo encanta visitantes e realça a cultura dos povos indígenas, no Brasil, Paraguai e Argentina – foto: Marcos Labanca/H2FOZ
De H2Foz/ Por Paulo Bogler Às 18h, visitantes começam a ocupar o espaço na praça central, de frente ao obelisco centenário banhado pelo balé das águas. O Marco das Três Fronteiras anuncia o show que faz bater forte a cultura fronteiriça, homenagem aos povos e expressões da Argentina, Brasil e Paraguai.
Moradores e turistas, pessoas de todas as idades, acomodadas em seus assentos, não desviam o olhar nem por um minuto da arena cênica emoldurada pelo pôr do sol e os rios Iguaçu e Paraná. O próprio Dom Álvar Núñez Cabeza de Vaca, desbravador europeu, em seu personagem, anuncia o espetáculo que começa a surgir.
Visitantes levam para casa um “pedacinho” da Argentina, Brasil e Paraguai – foto: Marcos Labanca/H2FOZ
Em interação com o público, do início ao fim da exibição, são 20 artistas que encenam a lenda indígena da criação das Cataratas do Iguaçu e trazem o gingado das danças brasileiras, a polissemia das tradições argentinas e paraguaias. Um registro que não é de menos: 100% dos artistas são moradores de Foz do Iguaçu e região.
O elenco foi constituído em 2016, para o espetáculo diário, de terça-feira a domingo, em parceria entre o Marco das Três Fronteiras e a DY Produções Artísticas. “No mundo, tem dois ou três espetáculos que acontecem assim, no ar livre, com apresentações diárias”, celebra o produtor cultural Jean Milan.
Mais de 2,5 milhões de pessoas, do Brasil e de 169 países, já prestigiaram as apresentações do Marco das Três Fronteiras. Viajante experiente, que já visitou mais de 80 países, Marina Alvarenga disse que assistir ao show das Três Fronteiras no atrativo foi a melhor experiência.
“Sentar no Marco das Três Fronteiras, tomar algo, admirar os três países e, ao mesmo tempo, ver este espetáculo é demais”, revelou. “Eu chorei. É uma energia, atmosfera incrível. Você não precisa andar. É sentar e curtir”, retratou sem esconder a sua emoção e encantamento com o que assistiu no Marco das Três Fronteiras.
Moradores e visitantes acompanham o espetáculo ao pôr do sol – foto: Marcos Labaanca
A beleza do espetáculo foi uma surpresa que impactou positivamente o visitante André Xavier. “O show não estava no nosso roteiro. Chegamos ao Marco e descobrimos. Ficamos e amamos tudo que vivemos. O acolhimento e profissionalismo dos artistas e toda a equipe de apoio tornaram nossa visita inesquecível.”
A diretora da DY, Dayse Beverly, destaca que a parceria com o Marco das Três Fronteiras atende a uma demanda essencial, que é a valorização da cultura e dos trabalhadores em arte. “A gente sempre teve a preocupação de valorizar e trabalhar com o artista local, oportunizando o artista local para mostrar seu trabalho. Nosso elenco é todo de moradores locais”, frisou.
Marco valoriza artistas da região trinacional e de Foz do Iguaçu – foto: divulgação/assessoria
Em oito anos, rememorou Jean Milan, o espetáculo assumiu diferentes roupagens. Tudo devido à busca incessante para contar e encantar o público. “A gente está sempre buscando dar uma nova leitura, trazer curiosidades, coisas novas. Porque o nosso ‘cronômico’ é o público, que mais dá essa resposta”, explicou.
A programação artístico-cultural contínua promovida pelo Marco das Três Fronteiras contribui, ainda, para ajudar na atratividade do turismo em Foz do Iguaçu. Pesquisas e órgãos especializados demonstram que cidades com atrações culturais ajudam na captação de visitantes e no aumento da estada nessas localidades.
O espetáculo do Marco é dividido em quatro grandes momentos:
• Lenda das Cataratas, história que conta o amor de Naipi e Tarobá; • Minueto, homenagem às cortes, entra em seguida, e remete a Cabeza de Vaca e à corte portuguesa e espanhola, às quais o desbravador pediu licença para navegar, chegar aqui e encontrar as Cataratas do Iguaçu em 1542; • terceiro momento é dedicado ao folclore da Argentina, com os Malambos Argentinos, também aludindo ao Rio Grande do Sul. E, nesse bloco, há importantes referências à cultura paraguaia e uma viagem pela dança brasileira, como o samba; • Show Três Fronteiras é o quarto e grand finale, integralmente homenageando a região trinacional e os três países, com o abraço cultural e celebração entre os povos.
O Marco das Três Fronteiras está no encontro dos rios Paraná e Iguaçu, fenômeno que dá nome à cidade de Foz do Iguaçu. O monumento demarca a fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, reconhecido como um patrimônio histórico e cultural.
Do Marco brasileiro, é possível avistar os símbolos similares no lado argentino e paraguaio, do outro lado dos rios, pintados com as cores nacionais. Os três obeliscos formam um triângulo que fixa o limite territorial e a soberania dos três países.
Marco das Três Fronteiras é um ponto de encontro com o pôr do sol, um dos mais admirados da região fronteiriça, e com a natureza, serena encobrindo todo o atrativo. À noite, a vivência das atrações culturais, a iluminação e todo o encanto da fronteira convidam para encontros humanos para a celebração da vida.
Cabeza de Vaca dá as boas-vindas para quem chega ao restaurante que leva o seu nome – foto: Marcos Labanca
As entradas são vendidas preferencialmente on-line, no site oficial: www.marcodastresfronteiras.com.br. Moradores de Foz do Iguaçu não pagam para entrar. O Marco está aberto para visitação de terça-feira a domingo, das 13h30 às 21h. As apresentações culturais acontecem a partir das 18h30. Já o Restaurante Cabeza de Vaca funciona das 15h às 22h.
Acesse: marcodastresfronteiras.com.br.
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