.
Nesta quarta edição, o TREMA terá três dias com programação online variada e em diversos horários pelo canal do Youtube – Foto: Divulgação
De 28 a 30 de setembro, o Memorial da América Latina, em parceria com a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, promove a 4ª edição do TREMA – Mulheres, Tradução e Mercado Editorial, por meio da Rede de Cooperação UNITWIN para Integração da América Latina (Cátedra Unesco Memorial). Serão três dias com programação variada em diversos horários, em formato online e gratuito pelo canal de YouTube. Para participar é preciso se inscrever pelo formulário.
O evento trará mesas de debate e conferências com pesquisadoras, ativistas e profissionais do mercado editorial sobre o tema Geopolíticas Feministas: Tradução e Edição. A temática será discutida dentro das diferentes possibilidades de se produzir a tradução, a partir de várias localidades, culturas, políticas, éticas e implicações acadêmicas. A programação passa pela Amazônia, América Latina e mundo árabe, por diversas posições feministas, pelo trabalho nas universidades e por experiências coletivas de tradução e edição. O contexto árabe, por exemplo, será abordado por meio de trabalhos de tradução realizados por mulheres, como a professora de Letras Orientais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Safa Jubran.
De acordo com as organizadoras, o objetivo principal é prestigiar o trabalho de mulheres na tradução, no processo editorial e nas editoras, isso porque, comumente em sociedades patriarcais e capitalistas, há uma valorização de homens nessas atividades.
As datas escolhidas para a realização deste evento têm relação com o Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto, comemorado no dia 28 de setembro, e o Dia dos Tradutores, 30 de setembro.
No dia 28 de setembro, o evento começa às 19 horas, com um painel de abertura sobre Narrativas Amazônicas. As convidadas serão Aparecida Vilaça, antropóloga e professora no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Márcia Mura, integrante do Coletivo Mura de Porto Velho, com mediação de Maria Teresa Mhereb, pesquisadora em Estudos da Tradução da USP.
No dia 29, a programação se inicia às 9h30, com uma mesa sobre um marco da literatura brasileira, escrito há exatos 90 anos: Parque Industrial, da autora Pagu. A obra trata das condições precárias de trabalho de mulheres proletárias em indústrias têxteis do século 20, junto a frustrações e traumas pessoais vivenciados por elas. Participam Romilda Costa Motta, professora de Direitos Humanos da Universidade Federal do ABC (UFABC), e Carolina Serra Azul, mestre pelo Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da USP. O debate será mediado por Ana Rüsche, doutora em Estudos Linguísticos e Literários da USP.
Em seguida, às 11 horas, acontece a Tradução como Prática de Resistência e Inclusão: Vozes Femininas Negras, com as organizadoras do livro de mesmo nome da mesa e professoras do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília (UnB), Norma Diana Hamilton e Alessandra Ramos de Oliveira Harden. O debate será mediado por Helena Barbosa, pesquisadora em Estudos da Tradução da USP e tradutora especializada em textos indígenas e feministas. A obra em questão trata da invisibilidade da mulher negra na atividade de tradução, reivindicando mais espaços e direitos.
Ainda nesse dia, às 14h30, ocorre a mesa Literatura Árabe Traduzida e Editada por Mulheres, com a editora Laura di Pietro, as pesquisadoras da USP Jemima de Souza Alves e Safa Jubran, e mediada por Maria Carolina Gonçalves, pesquisadora de Letras Estrangeiras e Tradução da USP.
Cronograma de atividades – Foto: Divulgação
Por fim, dia 30 de setembro, a atividade começa às 9h30. Haverá a mesa Conversa com Tradutoras Editoras, que contará com a apresentação de experiências editoriais acadêmicas de Paula Montoya, tradutora da Universidad de Antioquia, Elena Vássina, pesquisadora da USP e Andréia Guerini, professora e tradutora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A mediação será de Germana Henriques Pereira, professora de Línguas Estrangeiras e Tradução da UnB.
Mais tarde, às 11 horas, há a discussão da tradução coletiva de Our bodies, Ourselves, com a mesa Experiência de Tradução Coletiva – Nossos Corpos por Nós Mesmas. O livro fala do cuidado da saúde feminina, como menopausa, reposição hormonal, controle de natalidade e bem-estar emocional. Nesse momento, participarão Raquel Pereira, gestora do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, Simone Diniz, professora do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade da Faculdade de Saúde Pública da USP, e Érica Lima, professora de pós-graduação da Unicamp. A mediação será de Luciana Carvalho Fonseca, professora de pós-graduação em Letras e Tradução da USP.
O encerramento da quarta edição do TREMA será às 14h30 do dia 30 de setembro. Haverá participação das professoras Ochy Curiel, da Universidad Nacional de Colombia, e Olga Castro, da University of Warwick, para um debate sobre a circulação de teorias feministas na mesa Geopolíticas feministas, mediada por Marina Waquil, pesquisadora do Programa de Letras Estrangeiras e Tradução da USP.
Haverá certificação para aqueles que optarem pelo seu recebimento no ato de inscrição pelo formulário. Aqueles que quiserem acompanhar a atividade com tradução simultânea em espanhol e Libras, devem se conectar ao evento no Zoom pelo link.
Mais informações: trema@memorial.org.br / Instagram: @tremausp / memorial.org.br
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.