Guardo em mim o menino
que coleciona pandorgas,
em céu aberto de outono
e se espanta com o incerto
voo das andorinhas
ao final de cada verão
Que investiga o ouro velho
no ventre das abelhas,
a pedra à margem do rio
impede o caminho das raízes.
Um menino que se fascina
diante da tempestade
e procura além das estrelas
um sinal da eternidade
Sendo velho e menino,
não se entraga, não se passa,
não adoece de seriedade,
devolveu os apetrechos
das pompas e de poder,
cancelou as solenidades.
No Gran circo imaginário
voltou a ser acrobata
namora a ré misteriosa,
voa livre, sem compromissos,
não usa paletó, nem gravatas.
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_____________________________________ Fábio Campana é poeta, escritor e jornalista em Curitiba, Pr. O poema foi extraído do livro “O Ventre o vaso o claustro – Canções de um ex-menino para amor sem nome”.
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