Morre Hermeto Pascoal, o bruxo do jazz, aos 89 anos

Multi-instrumentista alagoano levou a música-arte brasileira para o mundo.

Hermeto Pascoal (1936-2025) – Foto: instagram/hermetopascoal

Morreu neste sábado, 13, aos 89 anos, o compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal. A família confirmou a informação em publicação nas redes sociais oficiais do músico. Ele estava internado desde 30 de agosto no hospital Samaritano Barra, no Rio de Janeiro, em razão de complicações respiratórias provocadas por fibrose pulmonar.

Segundo boletim médico, o quadro se agravou nos últimos dias e evoluiu para falência múltipla dos órgãos. A morte encerra a trajetória de uma das figuras mais inventivas e originais da música brasileira, reconhecida internacionalmente pela improvisação e pela fusão entre gêneros como jazz, forró, choro e música erudita.

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Musical: Hermeto Pascoal e grupo em Veneza

Nascido em Lagoa da Canoa, no agreste de Alagoas, em 22 de junho de 1936, Hermeto começou a tocar ainda na infância. Albino, teve dificuldades de frequentar a escola e encontrou na música um caminho de expressão. Ao longo da carreira, ficou conhecido como “Bruxo” pela habilidade de transformar qualquer objeto em instrumento sonoro, de chaleiras a brinquedos, passando por ruídos da natureza.

Sua discografia reúne trabalhos de referência, como A Música Livre de Hermeto Pascoal (1973), Slaves Mass (1977) e Hermeto Pascoal e Grupo (1982). Ao lado de artistas como Airto Moreira, Egberto Gismonti e Vinicius Dorin, consolidou uma obra que extrapolou fronteiras e influenciou músicos de várias gerações.

O reconhecimento também veio do exterior. Hermeto foi celebrado por nomes do jazz norte-americano e se apresentou em grandes festivais internacionais, mantendo, ao mesmo tempo, forte vínculo com as raízes populares brasileiras. Sua música foi descrita por críticos como “universal” pela amplitude de referências e experimentações.