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Morreu na madrugada de hoje aos 84 anos Jô Soares. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 28 de julho. A informação foi confirmada por sua ex-mulher Flávia Pedras nas redes sociais. A causa da morte de José Eugênio Soares ainda não foi divulgada. O velório não será aberto ao público.
“Faleceu há alguns minutos o ator, humorista, diretor e escritor Jô Soares. Nos deixou no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, cercado de amor e cuidados. O funeral será apenas para família e amigos próximos”, escreveu Flávia em seu Instagram. Em sua homenagem ao ex-companheiro, ela agradeceu Jô pelas risadas e declarou amor eterno.
José Eugênio Soares nasceu no dia 1 de janeiro de 1938, no Rio de Janeiro. Filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares, com apenas 12 anos ele se mudou com a família para a Europa, onde pensou em seguir a carreira diplomática. Estudou em colégios renomados como o Colégio de São Bento, no Rio, Colégio São José, em Petrópolis, e no Lycée Jaccard, em Lausana, na Suíça, mas seu amor pelo teatro falou mais alto. “Sempre quando ia ao teatro, assistir a shows, ia para a coxia ver como era. E já inventava números de sátira do cinema americano; fazia a dança com os sapatinhos que eu calçava nos dedos”, disse ele.
No ano de 1956, Jô fez sua estreia na televisão no elenco da “Praça da Alegria”, na Record TV, onde ficou por aproximadamente 10 anos. Em 1965 ele protagonizou a única novela da sua carreira, a “Ceará contra 007” (Record TV), a comédia de maior audiência no Brasil na época. Jô também atuou em humorísticos como “Noites Cariocas” e “Família Trapo”.
Seu primeiro humorístico da TV Globo aconteceu apenas em 1971, com o “Faça Humor, Não Faça Guerra”, que virou um marco com piadas curtas e cortes secos. Jô Soares interpretava, entre outros, o Bêbado, o professor Gengir Khan, o Irmão Thomas, Manchetão e, um dos seus maiores sucessos, a espevitada Norminha, uma jovem cantora hippie.
Humorista, ator, diretor e escritor, Jô começou sua carreira como apresentador no SBT com o programa “Jô Soares Onze e Meia”, que foi ao ar entre os anos 1988 e 1999.
Como jornalista, escreveu para a revista Manchete, para o jornal O Globo e para a Folha de São Paulo. Entre os anos de 1989 e 1996, foi colaborador da revista Veja e, em 1983, lançou o seu primeiro livro: O Astronauta sem Regime.
Em 2000, ele retornou à Globo como apresentador do icônico “Programa do Jô”, que ficou no ar até 2016.
“Voltei pela possibilidade de fazer mais entrevistas internacionais, pelas facilidades de gravação, pelo apoio do jornalismo”, afirmou.
Jô foi casado com a atriz Therezinha Millet Austregésilo entre 1959 e 1979, com quem teve um filho, Rafael Soares, que faleceu em 2014, aos 50 anos. Já entre 1980 e 1983 ele foi casado com a atriz Sílvia Bandeira.
Em 1984, ele namorou Claudia Raia por dois anos. Já em 1987 se relacionou com a atriz Mika Lins, até se casar com a designer gráfica Flávia Junqueira Pedras, de quem se separou em 1998.
Em agosto de 2016, ele foi eleito para a Academia Paulista de Letras, assumindo a cadeira 33, que pertenceu ao escritor Francisco Marins.
Sua última aparição pública aconteceu em 2021, quando foi flagrado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, para se vacinar contra a covid-19.
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