Rio das almas e negras memórias (2019) – Imagem: frame do filme)
A plataforma Itaú Cultural Play recebe novos conteúdos ligados à memória, a saberes ancestrais e à luta antirracista. A mostra Memórias ancestrais apresenta oito obras, entre curtas e longas-metragens, que valorizam saberes ancestrais, inspiram transformações e transbordam a importância de honrar o passado para viver o futuro. Já a série de oito episódios Coleção antirracista (2020), dirigida por Val Gomes, reúne intelectuais e personalidades representativas do movimento negro para falar sobre a questão racial e social brasileira, em uma perspectiva antirracista, decolonial e de ressignificação da história da cultura de origem africana e negra no país.
Transviar (2021), de Maíra Tristão Nogueira – 13 minutos
Carla da Victoria é filha, neta e bisneta de paneleiras de barro. Ela desafia as regras impostas pela sociedade e transforma seu entorno na região dos manguezais de Vitória, no Espírito Santo, enquanto valoriza as tradições locais e familiares.
Rio das Almas e negras memórias (2019), de Taize Inácia e Thaynara Rezende – 20 minutos
Inspirado em fatos da história de Pirenópolis, em Goiás, o curta retrata, por meio da dança e das manifestações culturais afro-brasileiras, os traumas e as memórias dos negros escravizados nas minerações às margens do Rio das Almas.
Do que aprendi com minhas mais velhas (2017), de Onisajé e Susan Kalik – 26 minutos
Mulheres com diferentes vivências em terreiros de candomblé contam como aprenderam com entes mais velhos e como passam os ensinamentos adiante para as próximas gerações, enquanto rememoram tradições que acompanharam desde a infância.
Orí (1989), de Raquel Gerber – 93 minutos
Um panorama histórico, cultural e político dos movimentos negros no Brasil entre as décadas de 1970 e 1980 a partir da trajetória pessoal e do olhar da grande intelectual, historiadora, poeta e militante Beatriz Nascimento.
O último sonho (2019), de Alberto Alvares – 60 minutos
Indígenas do povo Guarani se reúnem para ver imagens documentais de seu falecido líder espiritual, Wera Mirim. Ao ritual cinematográfico segue-se o retrato do guia religioso em toda a sua complexidade – portador da sabedoria, transmissor de conhecimentos, elo entre os antepassados e as novas gerações.
Solmatalua (2022), de Rodrigo Ribeiro-Andrade – 15 minutos
Com uma constelação de vozes e presenças negras, o curta percorre um vertiginoso itinerário entre territórios ancestrais e contemporâneos. Nessa jornada mística, devires sonoros e imagéticos celebram as poesias pretas que ancoram memórias e descobrem futuros.
Cavalo (2020), de Rafhael Barbosa e Werner Salles – 85 minutos
Sete jovens são convidados a mergulhar em um processo artístico de criação a partir de seus corpos e seus movimentos, enquanto dançam nas ruas da cidade e se encontram com suas ancestralidades.
Kanau’kyba (2021), de Gustavo Caboco e Pedra do Bendegó – 11 minutos
A narrativa da Pedra do Bendegó, como já aponta o título da obra, que significa “caminhos das pedras” na língua wapichana, é o ponto de partida para tratar da história dos povos originários e, em especial, da sobrevivência da sua cultura. O recado final deixado pelo autor é claro: não apagarão a nossa memória.
Episódio 1 – O mito da democracia racial
Durante o século XX, a elite brasileira investiu na imigração europeia e no branqueamento da população e segregou homens e mulheres negros, enquanto criou e promoveu o mito da democracia racial, de harmonia entre as raças.
Episódio 2 – Do navio negreiro à abolição da escravidão
Desde a chegada do primeiro navio negreiro ao nosso território até a assinatura da Lei Áurea, em 1888, o Brasil viveu 350 anos de escravidão. O episódio resgata a resistência do povo afro-brasileiro e os bastidores dessa história.
Episódio 3 – Cota não é esmola
Em 1854, os negros foram proibidos de estudar. Este episódio faz um mergulho na luta política da população negra até a conquista das cotas raciais nas universidades e nos concursos públicos.
Episódio 4 – Raça, trabalho e direitos
No século XIX, na fundação da República brasileira, a maioria dos negros libertos exercia trabalhos subalternos. No século XXI, a maioria das vagas nas boas escolas e nos postos de comando ainda são preenchidas por brancos. Depois de 134 anos da assinatura da Lei Áurea a situação da população negra pouco mudou.
Episódio 5 – Urbanização como apartheid
Em 1897, instalações passageiras dos soldados que lutaram na Guerra dos Canudos se tornaram a primeira favela do Brasil, dando início ao apartheid social que permanece até hoje. É possível romper o muro invisível que separa brancos e negros no espaço urbano no Brasil?
Episódio 6 – Mulheres negras
Mulheres negras foram a mão de obra na construção da riqueza do Brasil. E mulheres como Zacimba Gaba, a princesa guerreira de Angola, e Marielle Franco, assassinada em 2018, protagonizam a história do Brasil por meio do ativismo político e cultural. Quem são as mulheres que pautam a luta antirracista no país?
Episódio 7 – Racismo estrutural
A maioria da população não sabe ou nunca se deu conta do racismo encravado nas instituições e na vida familiar que mantém o privilégio das pessoas brancas. Como funciona o mecanismo permanente de exclusão dos afro-brasileiros?
Episódio 8 – Branquitude vs antirracismo
Qual é a herança branca da escravização e do racismo? Como provocar a pessoa branca a utilizar o seu poder para democratizar as relações no ambiente da escola ou do trabalho e na construção da cidadania na sociedade brasileira?
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