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Criado pela psiquiatra Nise da Silveira, em 1952, para ser um centro de estudo e pesquisa, o Museu de Imagens do Inconsciente (MII) já tem 70 anos de existência.
. O acervo do Museu Imagens do Inconsciente (MII) é considerado patrimônio pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ele reúne 400 mil obras catalogadas e arquivadas. Suas coleções são tombadas como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Guarda também a biblioteca e o arquivo pessoal de sua fundadora, Nise da Silveira, detentor do Registro Mundial no Programa Memória do Mundo da UNESCO. Os ateliês terapêuticos permanecem em funcionamento, de forma que a coleção do museu é diariamente acrescida de novos itens. O MII costuma receber pesquisadores, estudantes, artistas do mundo inteiro para conhecer suas obras.
. Apesar de batizar o instituto, o nome de Nise da Silveira tem mais visibilidade no exterior. A médica natural de Alagoas é responsável por uma transformação da psiquiatria no Brasil e foi considerada, recentemente, uma heroína da Pátria pelo trabalho que desenvolveu com os doentes mentais e pelo legado que deixou. Nise da Silveira é considerada pioneira na utilização de tratamentos humanizados para pacientes com transtornos mentais.
O Museu é um centro vivo de estudo e pesquisa sobre as imagens e tem caráter marcadamente interdisciplinar, o que permite troca constante entre experiência clínica, conhecimentos teóricos de psicologia e psiquiatria, antropologia cultural, história, arte, educação.
O Museu não é uma instituição voltada para o passado: em seus ateliês os frequentadores criam diariamente novos documentos plásticos e compartilham suas experiências no convívio com funcionários, animais, estudantes, pesquisadores e visitantes. Este trabalho possibilitou o surgimento de artistas que logo foram reconhecidos no mundo das artes. Com isso seu acervo não cessa de crescer e se atualizar.
No Ponto de Cultura Loucura Suburbana: Engenho, Arte e Folia, que também é a sede do Bloco Carnavalesco Loucura Suburbana, há a exposição permanente de fotos: Fissura no Real, com imagens de desfile da agremiação e dos Bonecos do Germano, que são bonecos gigantes de um bloco típico do Engenho de Dentro que existiu durante décadas e que mobilizava moradores da região. A mostra funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
O Memorial da Loucura do Engenho de Dentro foi inaugurado em 2021, somando-se aos demais espaços de produção e preservação da memória do Instituto Nise da Silveira. O local possui uma exposição permanente cujo acervo revela as práticas da psiquiatria até a chegada das mudanças que começaram a ser implantadas por Nise da Silveira, com peças, documentos e instrumentos sobre a história do Instituto. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. .
Assista o documentário “Nise da Silveira – Posfácio – Imagens do Inconsciente’
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