Magnum Meza em apresentação tendo como cenário a Usina de Itaipu – Foto: Sara de Maria Damian
Magnum nasceu em Foz do Iguaçu e era proprietário do Magnum Studio. Autodidata, começou seus estudos aos 12 anos de idade, aprofundando-se em estilos diferentes, da música popular brasileira ao jazz. Em 2010, seu estúdio começou a produzir artistas locais.
Nos últimos anos, Magnum se destacou principalmente pela parceria com os músicos Sofia Goulart e Tiago Rossato, nas apresentações do passeio Itaipu Iluminada, operado pelo Complexo Turístico Itaipu (CTI), administrado pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI). Ele também participava das apresentações do Coral de Itaipu. A história dele faz parte da dissertação de mestrado do músico Spartaco Avelar, que aborda o tema “A música iguaçuense: reflexões sobre as políticas públicas e a indústria do turismo”.
Desde o final de março do ano passado, o músico vinha substituindo a pianista Bruna Renata da Silva Faria Andersen, no Coral de Itaipu, quando a empregada tercerizada da Binacional saiu de licença-maternidade. Magnum estava internado desde quinta-feira (11), no Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), após ter se queixado de dores fortes no abdômen. Há meses, ele vinha reclamando de muito cansaço, mas não sabia o motivo. Magnum Meza era divorciado e deixa o filho Vitor, de 7 anos de idade.
Manifestações de pesar
“Lamentamos profundamente a perda do nosso talentoso pianista Magnum, que encantou milhares de visitantes com sua música durante a atração Itaipu Iluminada e no Coral de Itaipu. Sua paixão e dedicação deixaram uma marca indelével nos corações e na memória de todos que tiveram o privilégio de ouvi-lo. Nós sentimos muito essa perda e desejamos muita força para a família e os amigos queridos neste momento de tristeza”, comentou o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri.
Segundo Sofia Goulart, o trio tocava junto há cerca de sete anos. E a convivência era muito próxima. “Éramos uma família. Além de ensaiar e cantar, a gente fazia muitas coisas juntos. Ele deixa um legado muito importante para toda a região. Foi o primeiro grande pianista de Foz e abriu um caminho para outros músicos”, disse. Ela e o marido, Tiago, se apresentaram com Magnum na usina pela última vez no dia 30 de janeiro. O trio foi pioneiro em incorporar a gaita ponto ao piano. Geralmente, esses shows têm acompanhamento de violão.
“O Magnum foi um músico divisor de águas em nosso trabalho. Com todo seu talento e conhecimento musical, elevou os arranjos de nossa música e nos mostrou um novo caminho. Perdê-lo foi como arrancar um pedaço da nossa alma. Além de talentosíssimo, trazia uma energia única para o palco. Ele se foi, infelizmente, mas a música dele está gravada em nossos corações e sempre tocará conosco em cada nota, em cada acorde. Adeus, meu grande amigo, obrigado por tudo!”, disse Tiago.
Para o Coral de Itaipu, a morte do pianista é uma perda irreparável. “Estamos muito comovidos pela partida de Magnum. Ele esteve durante o ano todo com o grupo e se tornou uma pessoa muito especial para nós. No último ensaio do coral, no dia 13 de dezembro, ele esteve presente com o filho dele e nos agradeceu pelo acolhimento”, informou em nota o Coral.
Para Fátima Bernadete, assistida da Fibra (aposentada de Itaipu) e integrante do Coral de Itaipu, “o que ficam são as memórias de um cara talentosíssimo, generoso, simples e sofisticado, dono de um humor peculiar de quem estava sempre em harmonia. Fazia tudo com muita elegância. Sobrava generosidade! Essas memórias são eternas. Por isso, ele viverá eternamente em nós”.
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