– As crônicas visuais de Lalan Bessoni de passagem pelo Epidemia –
Afinal, com quantas palavras se faz uma poesia? Ou, se preferir, com quanto silêncio se faz um poema? Mais ainda, com quantas imagens se conta uma história? Ah, se alguém perguntasse isso para Lalan Bessoni, ele por certo iria dizer: “tenho tudo isso na ponta do lápis”. Resultados de cálculos assim impossíveis são comparáveis ao número de interpretações que os desenhos do artista iguaçuense. Homenageado esta semana na atividade externa do “Epidemia de Poesia”, o ilustrador – que agora anda lá pelas paragens paulistanas – é mesmo um cronista das emoções do cotidiano. Em suas garrafas e seus cartuns cabem muito bem desde um polvo cheio de manha a um coração a ser fisgado. Satírico de si mesmo, o ótimo ilustrador traduz dores e belezas com tons muito próprios. Para esse ilustrador, na ponta do lápis, afinal, há uma infinidade de sons, matizes, cores. Pra gente, depois que ele solta ao voo suas criações, há uma janela pra se olhar o mundo, fazer as contas, apaziguar e rir desse tom clown que ele cultiva. QUEM É ESSE CARA – Segundo descrição do próprio Lalan, ele é e design gráfico freelancer, trabalha em casa, usa óculos, tem barriga de chopp, tem amigos argentinos, tem problema com lateralidade, tem medo de fantasmas, mais ainda de assombração, dorme tarde, gosta de arte, literatura, coleciona livros infantis, e quadrinhos, gosta de música boa, filmes que falam da simplicidade da vida, quer ter um vira-latas e ainda vai ter um lada laika, anda de bicicleta, e gosta de andar a pé. Pois, pois. Um artista desses, nascido e criado na periferia de Foz, tem de estar aos olhos do povo. Então levamos a exposição “A Escrita de Lalan” para o Terminal de Transportes Urbanos, no último dia de junho. Um pouco disso, mostramos agora, aqui.
Fotos: Tania Marin, Kariny Wermouth e Mariana Fernandez
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