Foto: Agência de Información Paraguaya
No último sábado de fevereiro, comemora-se no Paraguai o Dia Nacional do Tereré. Esta bebida que tem origem guarani, marca pelo ritual de confiança e conexão entre as pessoas que o compartilham. Sua preparação se transmite de geração para geração. E nela está a combinação de saberes ancestrais dos povos originários com a criatividade popular.
O Tereré foi reconhecido em 2020 pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A tradição de tomá-lo, vai além da degustação de uma bebida refrescante, ele é um símbolo da identidade paraguaia, um vínculo profundo com suas raízes guaranis e um ato coletivo que transcende gerações e fronteiras.
Tereré é muito mais do que compartilhar uma infusão de erva-mate com ervas medicinais. Em sua preparação, que é passada de geração em geração, o conhecimento ancestral dos povos indígenas se alia à criatividade popular.
Trata-se também de um ritual de confiança e conexão. Em cada rodada, o tereré estimula a inclusão, a igualdade e o diálogo, sendo um espaço para que aqueles que participam se expresse e se sinta incluído. Não é à toa que a prática paraguaia se estendeu mais além dos rios, tornando-se um “xodó” entre os brasileiros fronteiriços também.
Tereré e saúde
Tereré faz bem no enfrentamento às altas temperaturas que enfrentamos no verão nestas paragens tropicais. Hidratação, o ponto central. Mas mais elaborado, o Tereré é ainda mais medicinal, com as ervas Pohã Ñana que, desde os tempos pré-colombianos, são utilizadas por suas propriedades curativas.
Esse conhecimento, que ainda hoje está vivo no Paraguai, é compartilhado espontaneamente dentro das famílias e comunidades, como um valioso legado cultural que, ainda hoje, continua sendo uma fonte de bem-estar para muitos. Cada combinação é um reflexo da sabedoria popular que continua a se adaptar aos tempos modernos.
Por isso, no Paraguai é lei! O último sábado do mês de fevereiro é o Dia Nacional do Tererê, data especial criada para valorizar a bebida que é um dos símbolos da cultura do país.
Confira, algumas variações e termos paraguaios ligados ao tereré.
Tereré jere: a popular roda de tereré.
Tereré rupa: aperitivo salgado que é consumido antes de tomar o tereré.
Tereré hápe: o espaço e o momento no qual são discutidos e analisados temas de interesse do grupo, durante o consumo do tereré.
Tereré solitário: o tererê tomado individualmente.
Tereré novillo: quando se pretende iniciar uma relação sentimental e se convida a/o pretendente para tomar um tereré.
Tereré caballería: quando a guampa é enchida com exagero, para tomar rapidamente e voltar com urgência às tarefas.
Tereré albañil: o tererê improvisado tomado pelos pedreiros e operários no canteiro de obras.
Tereré pántano: o tererê preparado com excesso de ervas medicinais.
Tereré jorador: com ervas diuréticas, ajuda a curar a ressaca.
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