A reitoria da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) emitiu nota oficial nessa sexta-feira, 3, sobre o contingenciamento do orçamento que afetou a instituição. A medida do Ministério da Educação (MEC) foi aplicada a todas as universidades e institutos federais brasileiros.O documento da Unila afirma que a decisão do governo é equivocada e altera um planejamento de execução de recursos elaborado pelo Executivo e aprovado pelo Congresso Nacional. Cita, ainda, os benefícios sociais gerados pelas universidades e questiona a narrativa do MEC em colocar a educação superior em contraposição à educação “básica”. Na nota, a Unila defende que as universidades públicas brasileiras tornaram-se referência em qualidade e “inclusão”, e diz as atividades das instituições de ensino superior estão ameaçadas pela eventual permanência do bloqueio orçamentário.“Não é pela Unila, apenas, mas pela educação brasileira, que é necessário que todos se unam”, termina o documento da reitoria da Unila. (Paulo Bogler / H2Foz)
O bloqueio orçamentário do Ministério da Educação aplicado à UNILA impacta em 14,2 milhões de reais. Todas as universidades federais sofreram bloqueio proporcional. Trata-se de um bloqueio sobre a Lei Orçamentária em vigor, proposta pelo Poder Executivo e aprovada pelo Legislativo, com base na qual construímos nossos compromissos financeiros e planejamento acadêmico de 2019. Entende-se que o não cumprimento dessa lei é uma decisão equivocada, baseada na falta de entendimento sobre o papel das universidades perante a sociedade, no presente e no futuro, contra a qual é preciso agir.A sociedade percebe com clareza as oportunidades geradas pelas universidades federais no ensino de graduação, hoje com 1,2 milhão de matrículas no Brasil. A UNILA tem 5.207 estudantes de graduação, dos quais 3.058 são do Paraná. Todos os indicadores que mensuram a qualidade da educação reiteram o alto nível do ensino nas universidades públicas. Muito além disso, as federais respondem por 95% da produção de conhecimento científico do Brasil. São dezenas de hospitais universitários dedicados plenamente ao SUS, colégios de aplicação, ações de extensão voltadas às demandas das comunidades locais/regionais, na maioria dos casos às mais vulneráveis. A exemplo da UNILA, em apenas nove anos de existência, a instituição já é responsável por 80% dos programas de pós-graduação stricto sensu de Foz do Iguaçu; dos 23 cursos de graduação já avaliados pelo MEC, 22 receberam notas 4 ou 5 (nota máxima). Na extensão, as ações incluem alfabetização a populações mais vulneráveis, formação de docentes da educação básica, reforço escolar e ações culturais, do centro à periferia.A narrativa do MEC em colocar a educação superior em contraposição à educação básica é errônea, ao não perceber a profunda integração e sinergia que o ensino superior tem com a educação básica. A formação de professores é feita no ensino superior, seja nos cursos de licenciatura ou nas pós-graduações, além das diversas atividades de extensão e pesquisa, entranhadas na educação básica. Enfraquecer a educação superior significa fragilizar a educação básica. Também é gravíssima a estratégia de jogar a sociedade contra as universidades federais, com base em informações distorcidas e referenciais comparativos totalmente inadequados.As universidades públicas brasileiras tornaram-se referência em qualidade e inclusão. A permanência do bloqueio ameaça a continuidade dessas atividades. Para enfrentar tudo isso, a UNILA está construindo uma agenda de diálogo com as demais universidades federais, além de representantes políticos locais, regionais e nacionais, bem como reforçando os canais de interação e foros já existentes, a fim de tentar a reversão desses bloqueios orçamentários.Não é pela UNILA, apenas, mas pela educação brasileira, que é necessário que todos se unam.” (reproduzido da página da Unila)
__________________________das páginas H2Foz e Unila
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