Protesto contra a aprovação de lei que liberou de agrotóxicos proibidos em outros países – Foto: Isabelle Rieger/ Arquivo ATBr
Foi lançado na terça-feira (5), a edição brasileira do “Atlas dos Agrotóxicos 2023 – Fatos e dados do uso dessas substâncias na agricultura“, publicada originalmente na Alemanha em 2022. O lançamento aconteceu no Rio de Janeiro e contou com a presença de ativistas e políticos defensores da causa da segurança alimentar, como Bela Gil da deputada Marina, ligada ao MST entre os convidados.
Os agrotóxicos estão sendo usados no mundo inteiro em quantidades cada vez maiores e têm sido responsáveis pela deterioração da saúde humana, da biodiversidade, da água e do solo, aponta a Fundação Heinrich Boll, responsável pela publicação.
Publicado originalmente pela Fundação Heinrich Böll na Alemanha, em 2022, o Atlas mostra números mundiais e também faz um raio-x sobre a questão dos agrotóxicos no Brasil a partir de um conjunto de artigos – traduzidos e outros originais – e reforça que vestígios de agrotóxicos usados na agricultura estão sendo encontrados em frutas, nos vegetais, no leite materno, no ar e até mesmo nos solos de territórios protegidos.
A morte massiva de abelhas causada por agrotóxicos à base de fipronil em diferentes partes do planeta e a contaminação de escolas por produtos aplicados via pulverização aérea são dois exemplos que ilustram os riscos do uso dessas substâncias. Todos os textos apresentam dados e fatos sobre o uso e o impacto dos agrotóxicos na agricultura e na saúde humana.
Entre os autores e autoras, estão especialistas como a pesquisadora Larissa Bombardi, uma das referências em estudos sobre agrotóxicos. Alan Tygel, integrante da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida também contribui com o Atlas.
Também assinam os artigos: Aline do Monte Gurgel, Carla Hoinkes, Christine Chemnitz, Dave Goulson, Emiliano Maldonado, Francileia Paula de Castro, Helmut Butscher-Schaden, Johann Zaller, Joyce Souza,Julia Dolce, Juliana Acosta Santorum, Katrin Wenz, Leonardo Melgarejo, Lucimara Beserra, Lucineia Miranda de Freitas, Mariana Rosa Soares, Martha Mertens, Nanci Pittelkow, Sérgio Ribeiro, Silke Bollmohr, Susan Haffman e Wolfgang Bödeker.
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A publicação destaca que agrotóxicos proibidos na Europa são livremente usados na agricultura brasileira e que isso vem acentuando os conflitos no campo no país.
“O mercado global de agrotóxicos é altamente lucrativo. Na vanguarda: empresas europeias como Bayer e BASF. A União Europeia (UE) é o maior mercado de exportação de agrotóxicos do mundo, e vem investindo cada vez mais em países do Sul Global. As empresas da região exportam agrotóxicos que são proibidos em seus próprios territórios, devido aos seus efeitos nocivos na saúde humana e no meio ambiente”, descreve a Fundação Heinrich Böll.
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