Grão de coloração avermelhada é mais nutritivo e dá um sabor refinado às preparações culinárias (Foto: BDF)
Muito se fala sobre a importância das cores nas nossas refeições do dia a dia. Pois, quanto mais colorido o prato, maior a diversidade de alimentos que estamos consumindo. E essa variação de tonalidades vai para além das verduras, legumes e carnes. Você sabia que o arroz também pode contribuir para uma dieta multicolor?
Além do tradicional arroz branco, também conhecido como agulhinha, existem outros tipos do grão, como por exemplo, o vermelho. José Manoel Colombari Filho é pesquisador da Embrapa e coordenador do Programa Nacional de Melhoramento Genético do Arroz. Ele explica a principal diferença entre o arroz branco e arroz vermelho.
“O arroz branco trata-se de um grão, que ele passou por um processo de polimento para se retirar aquela camada externa que envolve o grão, que nós chamamos de pericarpo. E quando se retira essa camada externa da origem ao farelo de arroz e aí, se comercializa o grão, que é o grão polido que tem essa aparência branca translúcida, que nós conhecemos tanto. O arroz vermelho, ele necessariamente é um arroz que deve ser consumido na sua forma integral”, compara.
Mas, as diferenças entre eles não param na cor e no processo de produção. O pesquisador conta que o arroz vermelho tem muito mais nutrientes. E isso se deve ao fato de não passar pelo processo de polimento.
“Por ele ser integral, por si só, ele já é mais rico em proteínas, mais rico em minerais, rico em fibras e rico também em lipídios. Acaba tendo em média, de pelo menos,15% a mais de proteínas, quatro vezes mais de minerais e fibras e em torno de umas sete vezes mais de lipídios também”, explica.
Além disso, esse tipo de arroz também é fonte de compostos fenólicos, os mesmos encontrados nas uvas e no vinho, que ajudam a prevenir doenças degenerativas, e tem função antioxidante e anti-inflamatória.
O gosto também entra na lista das diferenças entre os dois tipos de arroz. José Colombari descreve o sabor do arroz como um alimento mais elegante.
“Ele traz um pouco a percepção como estivesse comendo alguma coisa que lembra amêndoas, esses toques de amêndoa, de castanha, diferente do nosso arroz agulhinha”, ressalta.
Apesar desse toque mais refinado, José garante que ele pode ser consumido com o nosso feijão do dia a dia. E é esse sabor e a cor avermelhada que garantem ao arroz um lugar especial na alta gastronomia. Mas, José Colombari lembra também que na região Nordeste, essa variação do grão já era consumida desde os tempos da chegada dos portugueses ao Brasil.
“Lá eles tem pratos que são consumidos com leite e outras formas de consumo do arroz vermelho”, afirma.
Em outras regiões do país, já é possível encontrar diferentes marcas de arroz vermelho, apesar de o preço não ser tão acessível.
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