O despertador é um objeto abjeto. Nele mora o Tempo. O Tempo não pode viver sem [nós, para não parar. E todas as manhãs nos chama freneticamente como um velho
Nós é que vamos empurrando, dia a dia, sua cadeira de rodas. Nós, os seus escravos. Só os poetas os amantes os bêbados podem fugir por instantes ao Velho…
Mas que raiva impotente dá no Velho quando encontra crianças a brincar de roda e não há outro jeito senão desviar delas a sua cadeira de rodas! Porque elas, simplesmente, o ignoram…
Assine as notícias da Guatá e receba atualizações diárias.