Entre os dias 09 e 19 de novembro, o público poderá se emocionar e deliciar com filmes de diferentes países, clássicos da ficção e documentários contemporâneos ligados à comida, à cultura e aos sistemas agroalimentares. Os filmes estão sendo exibidos de forma híbrida e gratuita; presencialmente em São Paulo (Cinemateca Brasileira). Já o público de casa pode assistir a uma seleção de filmes através da plataforma oficial https://www.spcineplay.com.br , os 16 títulos da programação online ficam disponíveis até domingo (19), às 23h59. Basta se cadastrar e aproveitar.
O Festival
“Além da comida, dos filmes cativantes e outras experiências, o SP Food Film Festival promove um senso de comunidade e conexão. Reúne pessoas de diversas origens que compartilham um amor comum pela comida e pela narração de histórias. A atmosfera comunitária do festival incentiva o diálogo, a partilha e a construção de ligações duradouras através do carinho pela cultura alimentar”, conta André Henrique Graziano. “Nosso propósito é trazer, através do cinema, temas urgentes para discussão sem deixar de promover a experiência sensorial que a gastronomia traz”, completa Daniela Guariba, ambos idealizadores do evento.
Entre os títulos que serão exibidos presencialmente e/ou na lista on-line está “Morango e Chocolate”, dirigido por Juan Carlos Tabio e Tomás Gutiérrez Alea; “Mulheres à beira de um ataque de nervos”, de Pedro Almodóvar, que completa 35 anos, “Simplesmente Martha” e “Chef”.
Ainda dentre os pratos principais, presencialmente, a programação oferece títulos potentes e de cunho mais político, como “Os Catadores e Eu” de 2000, onde a diretora Agnès Varda aborda assuntos como o desperdício e a fome, em meio a dramas humanos. Outro bom exemplo é “O Poço”, originalmente espanhol , “El Hoyo” de Galder Gazteli-Urrutia, um filme bastante perturbador e surpreendente. A história se passa em uma prisão vertical com centenas de andares, abrigando dois presos por andar. No meio, um enorme buraco permite enxergar os andares superiores e inferiores. Não bastasse a organização atípica, a alimentação também é oferecida de modo inusitado: diariamente um banquete é servido num elevador que vai descendo pelos andares, até que não sobre nada. A potência da mensagem do filme reside nos dilemas, em como eles apontam, simbolicamente, a uma constituição coletiva capitalista.
“Volte Sempre” está entre os longas que você pode assistir on-line – Foto: captura de tela
Na programação híbrida, “Solo Comum”, documentário que discute os sistemas alimentares contemporâneos e modelos alternativos de agricultura regenerativa; “Em Busca da Estrela”; “Lambic”, “Viciados em Pimenta” e “Volte Sempre”, que conta a história de Masamoto Ueda que por mais de quarenta anos, tem servido seu lendário ramen ao estilo de Tóquio para uma comunidade de frequentadores regulares que não são apenas seus clientes, mas verdadeiros amigos.
Neste ano, como inebriante digestivo, a curadoria ainda traz um importante ciclo de debates abordando quatro temas contemporâneos relevantes ligados ao alimento: Cozinhas Solidárias; Consumo de Ultraprocessados; Uso de Agrotóxicos e Educação Alimentar e Nutricional. Todas as discussões partem de uma cuidadosa seleção de filmes e documentários que têm diferentes perspectivas sobre os temas e que visam pôr em pauta assuntos urgentes para discussão. Após a exibição de títulos como, por exemplo, “Big Food”, “Um Mundo Obeso”, “Antes do Prato”, “Solo Comum”, “Fonte da Juventude” e “Food, Funk e Favela”, os encontros com convidados especialistas serão transmitidos on-line e ao vivo no canal do Youtube do Festival, permitindo a interação com os espectadores, com exceção do debate sobre as Cozinhas Solidárias que será presencial.
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