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Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos.
Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: – “Meu pai foi à guerra!” – “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”.
O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: – “Meu cancioneiro É bem martelado.
Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos.
O meu verso é bom Frumento sem joio. Faço rimas com Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos Que lhes dei a norma: Reduzi sem danos A fôrmas a forma.
Clame a saparia Em críticas céticas: Não há mais poesia, Mas há artes poéticas…”
Urra o sapo-boi: – “Meu pai foi rei!”- “Foi!” – “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”.
Brada em um assomo O sapo-tanoeiro: – A grande arte é como Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário. Tudo quanto é belo, Tudo quanto é vário, Canta no martelo”.
Outros, sapos-pipas (Um mal em si cabe), Falam pelas tripas, – “Sei!” – “Não sabe!” – “Sabe!”.
Longe dessa grita, Lá onde mais densa A noite infinita Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo, Sem glória, sem fé, No perau profundo E solitário, é
Que soluças tu, Transido de frio, Sapo-cururu Da beira do rio…
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