O rock and roll significa tudo na vida de Lia e Carol (Foto: H2FOZ)
Para uma, o rock and roll significa tudo. Para outra também. Bandas preferidas, underground iguaçuense, roqueiro conservador e mulheres no rock fazem parte da conversa, sobre o Dia Mundial do Rock, com a vocalista Lia Vieira e a roqueira Carol Hammoud, ambas de Foz do Iguaçu.
Lia e Carol foram entrevistadas no programa Marco Zero, uma produção conjunta entre o H2FOZ e a Rádio Clube FM. O programa vai ao ar todos os sábados, das 10h às 12h, com entrevistas ao vivo, opinião, notícias, debates e blocos culturais.
“O rock significa tudo, boa parte da minha vida, da minha essência, do que eu sou, do que eu me tornei, do que eu gosto”, sublinhou Lia Vieira. “O rock bate de frente, faz a gente questionar o que está acontecendo e também a se questionar”, pontuou.
Para Carol Hammoud, o rock’n’roll contagia de fora para dentro, quando a pessoa ouve e se identifica com a música e o estilo que passa a ser o estilo de vida. Desse ponto em diante, tudo passa a girar em torno do universo roqueiro e suas transversalidades.
“A partir do momento que entra esse bichinho no corpo, a gente começa a fazer tudo regrado no rock”, contou. “As coisas que você faz e curte, como andar de moto e gostar de cerveja, por exemplo, tudo vai sendo criado de acordo com aquela música que um dia você ouviu”, frisou.
Lia é a vocalista da banda High Heels e participa de um projeto de música autoral. A banda do coração é Black Sabbath, mas não ficam atrás The Who e Beatles. “Tem tanta coisa boa”, ressaltou.
A roqueira Carol apresentou o programa Rock Generation, de 2018 e 2019, na Rádio Itaipu FM. Sua banda preferida é o Motörhead. “Mas Johnny Cash foi um cara muito importante, influenciou muita gente.”
Para Lia Vieira, o machismo ainda existe na cena rocker. “As mulheres que estão no palco muitas vezes ouvem ‘toca tão bem quanto’. Comparação machista a gente descarta”, declarou. “Já teve mais. Nas bandas que hoje eu participo, nunca tivemos esse tipo de preconceito”, destacou.
“Ser mulher é mais difícil em qualquer cenário”, enfatizou Carol. “Ainda mais em um cenário que tem tanta energia como o rock, a gente tem sempre que provar que é suficiente, que sabe sobre aquilo. Estamos sempre sendo testadas. O rock devia ser mais cabeça aberta”, cobrou.
Na grande mídia
Para Lia Vieira, estilos como sertanejo e funk dominam os espaços da grande mídia. Ela lembra que o rock teve a sua vez nos anos 1980. “Acredito que o rock que está sendo feito hoje é aquele que não é patrocinado por grandes gravadoras”, apostou.
Para ela, a internet e as mídias sociais facilitaram o acesso ao gênero. “Quando a música é boa, ela acontece. O rock hoje está nesse underground, acontecendo bastante, nas redes sociais e entre amigos, mas não tanto em evidência nos grandes meios”, refletiu.
Ante as posições conservadoras de roqueiros no Brasil atual, Carol Hammoud não vê problema. Para ela, o estilo musical e de vida está sempre associado às liberdades. “O rock sempre vai ser sobre isso: as pessoas serem o que elas são”, defendeu.
“O que não pode é ser um conservador que fica ditando regras para os outros. Isso não combina com o rock’n’roll’, asseverou. “Ser roqueiro e conservador está tudo bem, desde que você viva a sua vida e não queira ficar impondo aos outros o seu jeito de ser. Rock é acima de tudo sobre liberdade”, concluiu.
Comemorado em 13 de julho de cada ano, o Dia Mundial do Rock faz homenagem ao estilo que transformou a música e a juventude a partir da segunda metade do século 20. A data remete ao Live Aid, em 1985, show simultâneo ocorrido em Londres, na Inglaterra, e na Filadélfia, nos Estados Unidos.
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