Beth Gomes, campeã paralímpica aos 63 anos (Foto: Wander Roberto /CPB)
Grande favorita no lançamento de disco F53, Elizabeth Gomes foi a última a arremessar, e precisou de apenas uma tentativa para garantir a medalha de ouro para o Brasil. Com 15,68m no primeiro lançamento, ela se garantiu no lugar mais alto do pódio na Paralimpíada de Tóquio nesta segunda-feira, mas ela queira mais. Na sequência, Beth quebrou o recorde mundial duas vezes, estabelecendo a nova melhor marca em 17,62m.
Com a vitória na classe F52 (para competidores em cadeiras de rodas) e em outras modalidades vencidas nos três últimos dias de agosto, o Brasil ultrapassou a marca de 100 medalhas de ouro na história dos Jogos.
A atleta santista de 65 tem uma longa história no esporte. Beth era jogadora de vôlei em 1993 quando foi diagnosticada com esclerose múltipla. Demorou para aceitar a doença até conhecer o basquete em cadeira de rodas. Mais tarde, ela descobriu o atletismo onde empilhou uma série de títulos, e agora é coroada com a medalha olímpica inédita. Beth é também a atual recordista mundial do lançamento de disco.
A brasileira já foi ouro no lançamento de disco no Mundial Dubai em 2019; ouro no lançamento de disco nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019; bronze no arremesso de peso no Mundial Doha 2015; ouro no lançamento de disco e prata no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos Toronto 2015.
Vencendo obstáculos – Beth era uma guarda municipal da cidade de Santos, onde vive, quando caiu ao tentar pular uma poça d’água e recebeu o diagnóstico de que tinha esclerose múltipla, uma doença autoimune que atinge o cérebro, os nervos ópticos e a medula espinhal, e que afeta o envio de comandos do cérebro ao resto do corpo. De tempos em tempos, a pessoa tem surtos, quando surge um novo sintoma ou há uma piora significativa de um antigo sintoma.
“Por eu ter uma patologia progressiva, a esclerose múltipla, todo dia eu me reinvento. Eu vivo hoje, porque o amanhã eu não sei se vou estar aqui ou não. Vivo a cada dia. Cada dia vou buscando essa vontade. É isso que que me faz querer continuar, poder conseguir continuar”, disse Beth, ao UOL Esporte, por telefone, depois de receber a medalha de ouro no Estádio Nacional de Tóquio. LEIA MAIS DA ENTREVISTA, AQUI.
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