Foram tomadas as medidas de 23 aves, o maior esforço de aferição desse animal já realizado no mundo – Fotos: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional
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“Devido ao nosso sucesso na reprodução da harpia, podemos receber os especialistas aqui para fazer esses estudos”, afirmou o biólogo Marcos José de Oliveira, da Divisão de Áreas Protegidas, da Itaipu. Em 22 anos, o Programa de Reprodução da Harpia da Itaipu já viu nascerem 58 filhotes. Atualmente, o RBV conta com um plantel de 33 aves, o maior do mundo. .
“Estamos na ‘Capela Sistina das harpias’”, ilustrou Victor Garcia Matarranz, especialista em manejo de fauna no Ministério da Transição Ecológica, da Espanha. “Este centro é o que há de melhor em nível mundial”, afirmou. Victor tem a experiência de marcar com dispositivo de monitoramento mais de três mil aves, de 42 espécies. .
Para a idealizadora do encontro, Ruth Muñiz, do Programa de Conservação da Harpia do Equador, o RBV é “o único local onde a gente pode fazer este tipo de estudo, devido ao grande número de harpias. Não há outro lugar no mundo que apresente as mesmas condições”. Segundo Ruth, a ideia do workshop foi promover a troca de experiência do manejo da espécie entre profissionais de países como Brasil, Costa Rica, Venezuela, Panamá, México, Equador e Argentina.
Durante o workshop foram tomadas as medidas de 23 aves, o maior esforço de aferição desse animal já realizado em todo o mundo. As informações serão levadas a um banco de dados para gerar as medidas exatas do dispositivo que será preso às aves quando elas forem soltas. O equipamento é uma espécie de “mochila” de material plástico feita em impressora 3D e presa por meio de tiras de teflon no dorso do animal. Ele carrega um aparelho de radiotransmissão que permite o acompanhamento da vida da harpia por cerca de três anos, enquanto durar a bateria.
Pesquisadores desenvolvem um dispositivo que será utilizado no monitoramento remoto da ave, quando ela for solta – Foto: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional
“É importante que este equipamento seja bem feito e bem colocado no corpo da ave, para não prejudicar a harpia durante o voo ou a captura de uma presa”, explica Marcos. Segundo ele, outra preocupação é o manejo da ave na hora de colocar a “mochila”, atividade que precisa ser feita com cuidado, para não estressar o animal. Atualmente, não há qualquer protocolo sobre este tipo de manejo das harpias.
Para fazer as medições, cada ave é levada ao hospital veterinário do RBV em uma caixa de madeira. A ave é retirada da caixa pelas garras, tem seus olhos cobertos, é sedada (para reduzir o estresse) e suas garras são protegidas por uma faixa. Todo o trabalho conta com a experiência dos tratadores da Itaipu e é feito em total segurança. Com a ave protegida, são tiradas as medidas.
A harpia é uma espécie que ocorre em toda a América Latina e, atualmente, está classificada como vulnerável, segundo a lista vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). No Brasil, a ocorrência é maior na Amazônia e bem mais reduzida na Mata Atlântica, principalmente pela destruição de seu habitat.
A principal orientação é que o BO seja feito o mais rápido possível, assim que a falta do documento seja notada. “É importante registrar o Boletim de Ocorrência para que a polícia tenha esta informação e, caso haja o uso indevido do documento, a PCPR estará ciente”, alerta o delegado e diretor do Instituto de Identificação, Marcus Vinicius Michelotto.
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