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No terceiro episódio do podcast Dizem as fontes, o tema é o público. Vamos discutir a prática jornalística, mais especificamente, uma função do jornalismo que, de tão óbvia, acaba passando desapercebida, que é servir à população. Divulgar informações de interesse público. Isso significa que o público, seja ele de determinada região, do país inteiro, internacional ou de determinado segmento, é sempre o objetivo final do jornalismo.
E, para falar sobre este tema, nada melhor que começar ouvindo a Mara Régia, jornalista que há mais de 40 anos comanda, entre outros programas, o Viva Maria, na Rádio Nacional. Trata-se de um programa sobre mulheres, voltado principalmente para mulheres na Amazônia.
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Em uma região onde a comunicação é um desafio, o sinal do rádio consegue romper barreiras tecnológicas e acessar regiões de apagões ou desertos de notícias, ou seja, sem acesso à imprensa e à mídia. E foi assim que a voz de Mara se tornou conhecida, sobretudo na Região Norte.
“A gente tem um privilégio, né? A Rádio Nacional da Amazônia, ela tem um canhão de voz voltada para os nove estados da Amazônia Legal, né, pega até uma parte do Maranhão. Tem também uma rede que reproduz a nossa programação para mais de quatro mil emissoras em todo o país. Nós temos um potencial pela rádio de 17 milhões de pessoas para serem atingidas, e isso nos dá não só uma presença constante na vida das pessoas, que precisam inclusive do rádio para se orientar.
Já saindo da Amazônia e indo para a segunda maior cidade do Brasil, o Rio de Janeiro, está Fernanda Lima, que está à frente do Voz de Guadalupe: “A gente faz jornalismo nas favelas do Rio de Janeiro. É uma página que eu criei onde eu cresci, no Complexo do Chapadão. Eu também faço matérias lá por conta própria, com a minha página, que hoje também tem parceria com a RJTV. Essa é a área que eu tenho mais experiência, do jornalismo comunitário.”
O foco da cobertura de Fernanda é a favela, mas não aquela que sai nos grandes veículos ou apenas aquela que aparece quando acontece algum episódio de violência.
“É muito diferente o jornalismo na comunidade, o jornalismo que a gente vê nas grandes mídias, porque, infelizmente, né, as emissoras, muitas vezes, não conseguem pegar todo o território, porque o Rio de Janeiro é muito grande, Brasil, falando no geral, e tem áreas, especificamente, principalmente nas favelas, que tem um território que a gente sabe que é de violência. Então, realmente, as emissoras têm, muitas vezes, medo de entrar nessas favelas e não conseguem fazer um jornalismo ali.”
Este é o podcast Dizem as Fontes, uma parceria entre a Radioagência Nacional e a Agência Brasil. Este projeto começou na academia, fruto do mestrado profissional de Mariana Tokarnia, na área de mídias criativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ.
Na Radioagência Nacional, também estão disponíveis podcasts sobre Doenças Raras – Histórias Raras e sobre o Programa Nacional de Imunizações, o PNI – Sala de Vacina. Todos os capítulos estão disponíveis nos tocadores de áudio e no site da Radioagência Nacional, um serviço público de mídia da EBC.
Videocast em Libras
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