– Unioeste sedia evento sobre ditadura no Paraná –
Em 2014, o golpe que instaurou a Ditadura Civil-Militar no Brasil completou 50 anos, mas apesar de ser parte da recente história brasileira, pouco ainda se sabe sobre o período. Pessoas foram presas, torturadas e outras perderam suas vidas. Por isso, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Cascavel, tem o intuito de dar importância a Audiência Pública realizada no mesmo ano e dar relevância histórica aos depoimentos nela colhidos, sediando o evento ‘Memória, verdade e justiça: a ditadura no Paraná” na próxima segunda-feira (11).
O professor Alfredo A. Batista, explica que para dar voz às pessoas que foram torturadas durante o golpe, a Unioeste sediou a Audiência Pública da Comissão Estadual da Verdade do Paraná – Teresa Urban, durante os dias 20 e 21 de março, no Campus de Cascavel, com apoio do Comitê Memória, Verdade e Justiça do Paraná, juntamente com a Kula Webrádio Universitária e da Edunioeste. No evento, foram ouvidos relatos de ex-militantes, de familiares e de vítimas que, na época, nem sabiam o motivo de estarem sendo torturadas. Ainda, segundo Alfredo, a ditadura militar não se findou em 1985. Ela permanece viva até hoje na memória daqueles que lutaram por uma sociedade igualitária. Para o ex-militante da cidade de Nova Aurora e depoente da Audiência Pública da Comissão Estadual da Verdade, Alberto Fávero, a mesma geração que derramou seu sangue pela pátria viu as novas gerações crescerem sem um ideal, sem criticidade e sem conhecer o real sentido de democracia. Assim, as consequências do período aplicam-se em todo o território nacional, e não só nos grandes centros, como acredita a maior parte da população brasileira. Com relação aos depoimentos, o professor Batista argumenta que “foram coroados por conteúdos que denunciam o quanto a verdade foi escondida, omitida, não revelada à sociedade regional, nacional e mundial. Revelações que denunciam como o poder, sob os mandos e desmandos da classe burguesa, tratam os seres humanos quando não conseguem controlar todos aqueles que não aceitam aderir ao projeto de dominação econômica, política e cultural burguesa”. Dada a importância da Audiência Pública o evento Memória, verdade e justiça tem como um dos objetivos lançar e divulgar o livro “Combatentes: tempos de falar – Depoimentos da Audiência Pública da Comissão Estadual da Verdade”, organizado pela Edunioeste e pelos professores Carla Luciana Silva e Alfredo A. Batista.
Assessoria Unioeste
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